Segue o impasse entre a Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Rio Grande do Norte (SINTEFERN). Os ferroviários estão em greve desde a 0h de segunda-feira e ainda não têm nenhuma previsão de volta. A paralisação afeta o cotidiano de aproximadamente 10 mil usuários das linhas Natal/Parnamirim e Natal/Ceará-Mirim.
Segundo José Fernandes da Silva, superindente da CBTU, ‘‘não houve avanços porque há uma arrogância, um radicalismo do sindicato. Estávamos no processo de negociação e eles interronperam bruscamente, inclusive sem cumprir a permanência da frota mínima prevista em lei‘‘. Sem acordo, a CBTU está requerendo à Procuradoria do Trabalho e à Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para que estes órgãos intercedam de modo a garantir 30% do funcionamento do sistema conforme previsto na Lei de Greve para serviços essenciais.
A contraproposta da CBTU apresenta 73 cláusulas, destacando-se um reajuste linear de 4,63% dos salários, um adicional de periculosidade de 30%, vale-alimentação de R$ 393,38 mensais, auxílio creche para crianças com até 2 anos de idade no valor de R$ 200,00 e plano de saúde com teto de R$ 225,00.
Para o sindicato ‘‘não houve radicalismo nenhum, uma vez que fizemos três propostas e nenhuma delas foi atendida. Como percebemos as contrapropostas estavam todas muito aquém do esperado, decidimos interromper os serviços’’, disse Cherliton Saraiva, diretor de formação social do SINTEFERN. ‘‘Procuramos o diálogo sim. Ontem fomos até a sede da CBTU para negociar e a segurança tinha a orientação da superintendência de não receber no prédio nenhuma liderança sindical. É claro que não fizeram isso por escrito porque estariam ferindo a lei de greve’’, finalizou Saraiva.
O sindicato reivindica 11,71% de reposição salarial referente só às perdas do governo Lula. Foram dispensadas as perdas do governo FHC. Também reclamam revisão do plano de cargos e salários e melhoramento das condições de trabalho. Das 73 cláusulas da contraproposta da CBTU, apenas 31 foram aceitas pela entidade trabalhista. Ainda segundo o sindicato, tíquetes e planos de saúde ficam congelados na proposta da CBTU. A categoria também ressalta que há um exagero nos salários e quantidade dos cargos gerenciais já que são utilizados apenas dois trens.
Sobre o não cumprimento da frota mínima como prevê a lei de greve, o sindicato alega não estar havendo o ‘‘comum acordo’’, expresso nos artigos 9º e 11º do documento.
Haverá uma nova assembléia da categoria hoje às 16h na sede do SINTEFERN para discutir o andamento do processo de greve.
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