As divergências entre Alemanha e China sobre dinheiro e transferência de tecnologia podem impedir a construção de uma linha de trem de levitação magnética (maglev) com participação alemã entre as cidades de Xangai e Hangzhou, segundo fontes da indústria chinesa.
Em março, o Conselho de Estado (Executivo) chinês aprovou a linha, de 175 quilômetros, com trens que chegam a 450 km/h. Em maio, a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, apoiou a idéia ao viajar no trem maglev que já circula entre Xangai e o seu aeroporto, afirmou hoje o jornal South China Morning Post.
No entanto, a prefeitura de Xangai decidiu que seria necessário arrecadar dinheiro vendendo ações do projeto. Desde então, as conversas entre Pequim e o grupo alemão Transrapid International estão complicadas, disse o jornal.
O grupo alemão quer que a China adquira sua tecnologia e financie a construção da nova linha. Mas o Governo chinês prefere uma empresa conjunta, com a contribuição financeira da Alemanha.
O Governo alemão, segundo o jornal independente, não aceita usar o dinheiro dos contribuintes alemães no projeto. Pequim argumenta que a linha Xangai-Hangzhou representa a última oportunidade para a tecnologia maglev, desenvolvida pela Alemanha há mais de dez anos. Segundo os argumentos chineses, o sucesso da linha Xangai-Hangzhou teria um enorme valor promocional e os alemães deveriam investir nela antes da Exposição Universal de Xangai, em 2010, que serviria de vitrine.
Além disso, o Ministério de Ferrovias defende seu próprio trem de alta velocidade como alternativa mais barata, observaram fontes do setor citadas pelo jornal. Um grupo de trabalho está elaborando um plano de linha convencional de alta velocidade entre as duas cidades.
A construção do trem magnético exige também o acordo entre Xangai e a província de Zhejiang. Xangai ofereceu contribuir com US$ 1,8 bilhão, enquanto Zhejiang defende uma divisão mais equilibrada do custo. Segundo o South China Morning Post, muitos cidadãos chineses não consideram necessária a nova linha de alta velocidade, porque já existem boas ligações entre as duas cidades.
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