O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visita hoje o Ceará, onde vai assistir ao início das obras da Ferrovia Transnordestina, no município de Missão Velha, e depois visitar o Complexo do Castanhão, em Nova Jaguaribara. Às 9h50min, Lula desembarca em Juazeiro do Norte (535 km de Fortaleza) e segue de helicóptero para o marco zero da Transnordestina, no trecho Salgueiro-Missão Velha.
A ação faz parte do pacote de R$ 4,5 bilhões que tornará possível, ao longo de três anos, a execução de obras que vão ligar o traçado da atual Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) às regiões produtoras de grãos no sudeste do Piauí e do Maranhão e no oeste da Bahia.
A estrada de ferro de 1.800 km de extensão ligará os portos marítimos de Suape (PE) e Pecém (CE) às novas fronteiras agrícolas do país, pelo sudeste do Piauí, sul do Maranhão e oeste da Bahia. O objetivo é tornar a ferrovia um negócio rentável.
O ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, informou que a ferrovia será concluída em, no máximo, três anos e que a expectativa do governo é transportar até 15 milhões de toneladas de soja e derivados até 2010. O governo estima que, nos 36 meses de duração da obra, sejam criados 70 mil novos empregos diretos e indiretos.
A CFN investirá R$ 1 bilhão em recursos próprios. O restante do valor da obra será custeado pelo Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) e Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (Fdne). Participarão do evento os governadores do Ceará, Lúcio Alcântara, do Piauí, Welligton Dias (PT), e de Pernambuco, Mendonça Filho (PFL).
À tarde, a partir das 14h20min, Lula chegará de helicóptero em Nova Jaguaribara e se deslocará para o Complexo do Castanhão. O presidente vai inaugurar obras complementares da barragem, como a Estação de Piscicultura, de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs).
Segundo o diretor geral do Dnocs, Eudoro Santana, até agora foram investidos na barragem R$ 508 milhões, sendo que mais de R$ 60 milhões foram recursos aplicados pelo governo federal. A Estação de Piscicultura tem capacidade para uma produção de 30 milhões de alevinos (larvas de peixe) por ano.
De acordo com Santana, há ainda a estação ecológica, o parque aqüícola, projetos produtivos, reassentamentos urbanos e rurais dentre as obras complementares que devem gerar, quando concluídas, 130 mil empregos diretos e 170 mil indiretos, segundo cálculo do governo. A Estação de Piscicultura vai funcionar como se fosse um grande projeto de irrigação, só que na água, para a produção de peixes em tanques-redes, afirma.
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