O diretor administrativo da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), Jorge Melo, afirmou hoje (14) que a ferrovia Nova Transnordestina, além de transportar a produção agrícola e mineral – finalidade para a qual foi criada –, poderá transportar passageiros, que hoje usam caminhões como meio de transporte. A CFN é a responsável pelas obras, que devem estar concluídas dentro de quatro anos.
Melo explicou que, por enquanto, a concessão do governo é apenas para a construção de linhas para o transporte de cargas. A obra, segundo ele, foi baseada em estudos que mostram o potencial para produzir grãos em larga escala das principais regiões por onde a ferrovia vai passar – sudeste do Piauí, sul do Maranhão e oeste da Bahia.
A Transnordestina também deverá escoar biodisel, álcool e gipsita, matéria-prima do gesso encontrada em abundância na região de Araripina (PE).
Em entrevista à Rádio nacional, Melo avaliou que o escoamento dessa produção vai permitir baixar os custos de produção e, conseqüentemente, garantir dinheiro para pagar os empréstimos feitos para as obras.
A construção, informou o diretor, é de responsabilidade de empresas privadas, e o governo federal apenas dá apoio por meio de órgãos financiadores como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).
Cerca de 1,8 mil quilômetros devem ser constuídos para ligar o sudeste do Piauí, o sul do Maranhão e o oeste da Bahia aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE). Segundo o Ministério da Integração Nacional, 70 mil postos de trabalho devem ser criados durante a construção da ferrovia, cujas obras começaram na semana passada.
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