Parte dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) poderá ser aplicada em fundos de investimentos destinados a financiar obras de infra-estrutura. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sinal verde para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, tocar o projeto. De acordo com Marinho, a proposta, que terá de passar pelo Conselho Curador do FGTS e depois ser encaminhada ao Congresso Nacional, deverá estar pronta até o fim do ano.
De acordo com o ministro, a idéia do governo é utilizar, inicialmente, cerca de R$ 5 bilhões dos recursos do chamado patrimônio líquido do FGTS, que hoje soma R$ 22 bilhões. Esse dinheiro está investido em títulos públicos federais e é uma espécie de reserva técnica do fundo.
Aos poucos, segundo o ministro, os fundos de investimento em infra-estrutura poderiam receber até R$ 15 bilhões. Só seriam financiados novos empreendimentos para garantir a geração de novos empregos. Os recursos do FGTS financiariam, no máximo, 30% de um empreendimento novo.
O ministro garantiu que o novo investimento não prejudicará as aplicações tradicionais de habitação e saneamento. Os recursos para habitação e saneamento estão garantidos, assegurou. De acordo com Marinho, os trabalhadores só têm a ganhar com a nova aplicação, pois, no futuro, o rendimento a mais poderá ser revertido para as cotas individuais que cada um possui no FGTS. As áreas prioritárias para receber os recursos do FGTS seriam a de energia elétrica e de transporte ferroviário.
O ministro admitiu que setores da construção civil vêem com desconfiança o projeto porque temem que comprometa o volume de recursos, que vem sendo crescente, para o segmento. Vamos conversar com todos os setores durante a montagem do projeto, garantiu Marinho.
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