Conforme já informado, o desempenho do Governo, na execução do OGU 2005 foi decepcionante: da dotação de R$ 23,42 bilhões autorizada para investimento, somente R$ 5,97 bilhões foram efetivamente pagos, ou seja, o equivalente a 25% do autorizado. No âmbito do MT, o desempenho foi um pouco melhor, embora também inaceitável em face da gravidade da situação em que se encontra a malha viária: dos R$ 6,3 bilhões autorizados, o Ministério comprovou a despesa de apenas R$ 2,93 bilhões (46%), tendo inscrito como restos a pagar no exercício de 2006 cerca de R$ 3 bilhões.
O OGU 2006 somente sancionado em maio último trouxe outra decepção, porque destinou apenas R$ 1,457 bilhão para recuperação da malha rodoviária, dos quais R$ 720,2 milhões são contingenciáveis; designou para as ferrovias a irrisória quantia de R$ 223,8 milhões, dos quais apenas R$ 152,5 milhões não são contingenciáveis (e destes, R$ 89,1 milhões foram designados para a Ferrovia N-S); alocou apenas R$ 531,4 milhões para os portos e hidrovias, com apenas R$ 158,1 não contingenciáveis; relegou a obra da eclusa de Tucuruí ao esquecimento (na verdade, aparece no orçamento da ELETRONORTE a destinação de R$ 138 milhões para esta obra, o que, segundo estamos informados, despertou fortíssima reação em certos segmentos do MME, e pode significar a não concretização deste aporte); além do que indicou R$ 0,259 bilhões para os serviços de conservação na extensão considerada em boas condições (16,1 % ou 7.000 Km), que todos sabemos serem insuficientes.
Se tal não bastasse, no fim de junho, os números relativos à execução desse magro orçamento também se mostraram desanimadores: dos R$ 5,57 bilhões autorizados para tal fim, o MT havia empenhado apenas 24,9 %; liquidado 1,4 % e pago a irrisória quantia de R$ 16,0 milhões.
E para complicar ainda mais a questão, acabamos de saber que o Orçamento 2007 pouco poderá fazer pela recuperação da malha rodoviária porque o seu teto será ainda menor do que o do OGU 2006.
Certamente já estamos correndo o risco de chegarmos ao final de 2007, com uma deterioração ainda maior do que a constatada pelo próprio Governo, em 31/12/2005: dos 43.277 km de extensão da malha rodoviária sob gestão federal, 36 % em condição regular (trechos com pavimento com buracos, ondulações e afundamentos, necessitando de restauração com adição ou substituição total ou parcial de camadas estruturais em pontos localizados), e 48 % em condição má (trechos com pavimento totalmente destruído).
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