Finalmente a nova ferrovia Transnordestina começa a ser construída neste sábado. A garantia é da Empresa Industrial Técnica (EIT), que ganhou a concorrência para construir o primeiro trecho da ferrovia, que vai de Missão Velha, no Cariri cearense, a Salgueiro, em Pernambuco, numa extensão de pouco mais de 110 quilômetros. A pedra fundamental da nova Transnordestina, lançada em 6 de junho passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estava dependendo de uma licença arqueológica do Instituto do Patrimônio Nacional, que saiu no final da semana passada.
O primeiro trecho terá um custo de R$ 200 milhões e deve demorar um ano para ser concluído. Quando for terminado, em 2010, o projeto terá consumido R$ 4,5 bilhões. Serão mais de dois mil quilômetros de trilhos modernos que ligarão os portos do Pecém (Ceará) a Suape (Pernambuco). Dentro de três anos, a capacidade de transporte será de 30 milhões de toneladas de cargas, entre grãos, minérios, granéis líquidos e contêineres, com um total de 1.860 mil km de extensão. Serão criados 70 mil novos empregos diretos e indiretos nesse período.
Dos R$ 4,5 bilhões a serem aplicados na obra, R$ 2,27 bilhões vêm do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), cujo gestor é o Banco do Nordeste. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai emprestar R$ 500 milhões. O Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) entrará com R$ 700 milhões. O valor restante é da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), ligada à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Dos 1.860 quilômetros, 646 quilômetros são novos e 1.150 recuperados ou reconstruídos. Num futuro muito próximo, nós vamos interligar Paraíba, Rio Grande do Norte e a Bahia porque nós queremos dar uma dimensão extraordinária ao transporte ferroviário para que a gente possa fazer o Nordeste brasileiro se transformar em uma região altamente produtiva e altamente desenvolvida, disse Lula, na véspera da inauguração da ferrovia. De acordo com o ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, em curto prazo, a estrada de ferro também trará novas perspectivas para Araripina, no Sertão de Pernambuco, onde estão localizadas as maiores jazidas nacionais de gipsita, matéria-prima do gesso.
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