Os recursos que o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, anunciará amanhã para o projeto do Trem do Pantanal, durante visita a Corumbá, vão transformar a área urbana do distrito de Porto Esperança, a primeira parada do legendário trem de passageiros. A verba (R$ 1 milhão) foi garantida através de emenda parlamentar.
Durante a assinatura do convênio pelo ministro e o governador Zeca do PT, na estação ferroviária de Corumbá, em reforma, a Brasil Ferrovias também liberará ao Governo do Estado a cessão de uso dos imóveis da extinta Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) situados em Porto Esperança, para operacionalização do Trem do Pantanal.
A coordenadora do projeto de reativação do trem de passageiros para fins turísticos, Leatrice Couto, diretora-presidente da Agitrams (Agência de Gestão e Integração de Transportes de MS), informou que o projeto de reurbanização do distrito, situado na margem esquerda do rio Paraguai, está pronto, com previsão de execução imediata.
Segundo ela, a recuperação e a adequação urbana de Porto Esperança é fundamental para o sucesso do Trem do Pantanal, permitindo que o turista, ao chegar ao distrito, encontre símbolos arquitetônicos do início do século 20 restaurados, bons serviços e atrativos, como o artesanato, a pesca e a gastronomia local. Além dos causos dos antigos moradores.
Passarela – O projeto inclui a recuperação das cinco casas de ferroviários, situadas ao lado da estação construída em 1922; a urbanização da beira-rio, a implantação de uma passarela suspensa ligando a estação ao rio, construção de um deck flutuante para atracação de barcos e a reforma do armazém, que será transformado em centro cultural e museu.
A restauração da estação já foi iniciada, incluindo um prédio anexo, onde funcionava o motor de energia elétrica. Também estão em obras as estações de Corumbá, Aquidauana e distrito de Piraputanga (Aquidauana), totalizando investimentos de R$ 750 mil. São R$ 450 mil do Governo Federal e R$ 300 mil do Governo do Estado.
Sem turista – Em Porto Esperança moram 84 famílias e a maioria trabalha como pescador, catador de iscas ou piloteiro. No distrito também funciona o porto da mineradora Rio Tinto, de onde saem dois milhões de toneladas de minério de ferro por ano para a Argentina e outros países, pela Hidrovia do Rio Paraguai. Há, também, dezenas de ranchos de pescadores de outros estados.
Com acesso apenas pelo rio ou ferrovia, o distrito situa-se à 20 minutos de barco partindo de Porto Morrinho (BR-262). Foi formado há mais de 200 anos como porto de atracação dos vapores que navegavam pelo rio Paraguai. Depois da decadência, o lugar ganhou novo fôlego com a chegada dos trilhos. Mas, hoje, sem o Trem do Pantanal, perdeu o turista.
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