A venda do prédio da estação ferroviária, no Centro de Bauru, e de área adjacente já foi acertada na Justiça, mas o Sindicato dos Ferroviários e o Grupo Marca, responsável pelo projeto de instalação de shopping temático no local, ainda correm para acertar pendências físicas e administrativas com representantes da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e da América Latina Logística (ALL), que assumiu o controle da Brasil Ferrovias e respondia pelo parque ferroviário em Bauru.
Os entraves impediram que a primeira parcela da venda fosse depositada na semana passada, mas o representante do grupo Marca, Avelino Cortellini Júnior, garante que as operações estão dentro do prazo previsto. “Na audiência realizada na Justiça do Trabalho, junto com o Ministério Público, conseguimos sanear o processo e bater o martelo quanto à venda. Agora precisamos acertar a mudança no transbordo, porque os trens de carga não podem mais continuar passando dentro do túnel da estação e essa pendência é com a RFFSA. Também temos a liberação da Embragem, precisa definir como a área alugada que continua sendo utilizada por uma empresa vai ser liberada, está em negociação. Vamos acertar isso e trocar o cheque com o decreto do Executivo de desafetação da área e essas pendências”, informa Cortelini.
O negócio
O grupo acertou que a estação está sendo adquirida para a instalação de um shopping temático no Centro da cidade, integrado ao Calçadão. O investimento é do empresário Edmundo Baracat, proprietário da rede de shoppings Pátio Brasil, em Brasília (DF). “Estamos correndo para resolver essas pendências, para iniciar o cronograma de instalação do projeto com investimento de R$ 80 milhões”, diz Cortellini.
A operação vai contar com a anuência do Executivo, através de sua Procuradoria Jurídica. O prefeito Tuga Angerami (sem partido) concordou em desistir de instalar programas da área da educação no imóvel se houver a concretização do projeto do shopping.
O diretor do Sindicato dos Ferroviários José Carlos da Silva disse que espera a reunião que está sendo agendada entre representantes da ALL, RFFSA e grupo Marca para resolver o problema. “Estamos atrás dessa negociação e a RFFSA está fazendo o levantamento de acordo com o que precisa ser feito. Na cotação inicial, apresentaram um custo de mais de R$ 600 mil para acertar a ocupação dos trilhos, na estação de transbordo que tem de ficar fora do pátio da estação. A ALL vai apresentar o custo e vamos ver isso com a RFFSA, que foi quem deu o prédio para eliminar a ação trabalhista. Esperamos finalizar isso tudo no máximo até o início de agosto agora”, comenta Da Silva.
Para o grupo Marca, a pendência em relação ao transbordo já era de responsabilidade da RFFSA que, somente depois, repassou o imóvel para o sindicato. “A mudança na linha para transporte de carga é responsabilidade da RFFSA. O juiz mandou a RFFSA tomar as providências para que a área fique totalmente livre para a implementação do negócio”, finaliza Cortellini.
O valor atualizado da venda da estação soma R$ 6,253 milhões. As parcelas até a data da audiência serão quitadas, com as demais vencendo a cada trimestre, até 2009, no valor de aproximadamente R$ 300 mil cada uma. Na avaliação de Cortellini, com esses elementos já será possível ao Judiciário emitir a homologação para fazer a carta de adjudicação, finalizando o negócio.
O Grupo Marca já conta com projeto executivo aprovado pelo empresário Edmundo Baracat para a instalação do projeto de um Centro de Entretenimento, Lazer e Cultura no local. No mês de maio deste ano, após reunião com o prefeito de Bauru, Baracat confirmou a aquisição do prédio e de uma área contígua de 17 mil metros quadrados, nas imediações da Praça Machado de Mello, e a instalação de um shopping no local.
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