Na festa dos 20 anos da linha 1 do metrô – ainda incompleta –, o ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, divulgou más notícias, ontem, em Belo Horizonte. Com base em suas declarações, a capital vai ficar muitos anos à espera de um trem metropolitano ligando os bairros mais distantes às áreas nobres. Para esse meio de transporte chegar no mínimo à Savassi e à região hospitalar, será necessário investir US$ 1,5 bilhão – verba que ainda não existe –, de acordo com o próprio Márcio Fortes, e só os projetos demandariam quatro ou mais anos de estudos. Então, tudo o que foi anunciado antes da chegada do ministro, não passou de uma promessa difícil de ser cumprida.
De acordo com Márcio Fortes, não há verba para a construção das linhas 2 (Barreiro/Santa Tereza), passando pela região hospitalar, e 3 (Pampulha/Savassi), nem previsão de quando será liberada. Os projetos já existem, mas, segundo o presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), João Luiz da Silva Dias, estão sendo adaptados à realidade atual, pois foram elaborados na década de 1960, o que explica a demora de no mínimo quatro anos para adaptação.
“Sou filho de mineiros e sei que a conclusão das obras é uma antiga reivindicação. A construção do trecho Barreiro/Calafate, da linha 2, já começou, mas ainda não sabemos quando será concluído. A pior coisa para um administrador público é ver grandes esqueletos pelo caminho. Vivemos em um país em construção e temos que priorizar determinadas obras. A meta para o próximo ano é dar continuidade a esses empreendimentos. Depois, vamos fazer um levantamento primário sobre a viabilidade da linha 3”, diz o ministro. O investimento, encalhado, somente na linha 2, já chega a R$ 58 milhões.
Márcio Fortes acrescenta que o término da linha 1 é uma prioridade do governo federal. Para a conclusão desse projeto, que conecta 19 estações, foram investidos US$ 750 milhões. No entanto, a integração da Estação Vilarinho, em Venda Nova, ainda não está pronta. Mesmo com milhares de pessoas ainda dependendo do ônibus na capital, o ministro diz que tem motivos para festejar as duas décadas da linha 1 do metrô: “Do ano passado até agora, investimos em sinalização e tecnologia. As obras estão em andamento. Por isso, temos muito o que comemorar”.
Obra devagar – Para o projeto de integração ônibus/metrô na estação Vilarinho, o governo liberou R$ 14 milhões. Mas faltam ainda cerca de R$ 25 milhões da União e R$ 100 milhões do setor privado. Nos últimos 10 anos, somente na Vilarinho foram investidos R$ 98 milhões. De acordo com o superintendente da CBTU João Ernani Antunes Costa, as obras devem terminar em dezembro.
“Além da estrutura física no entorno da estação, dependemos também da BHTrans, para que haja a integração. Estamos construindo também um shopping, com 174 lojas e estacionamento com 2,5 mil vagas. O passageiro poderá deixar o carro e seguir viagem de metrô, o que ajudará a reduzir a quantidade de veículos em circulação no Centro”, diz. Mais de 1 milhão de habitantes dos municípios de Santa Luzia, Pedro Leopoldo, Lagoa Santa, Vespasiano, Ribeirão das Neves e Confins esperam o fim da obra.
O operador de máquinas Édson Luiz de Faria, de 41 anos, é um dos que sonham com a integração das linhas 1, 2 e 3, para ter mais mobilidade. Ele mora em Santa Luzia e trabalha no Hospital das Clínicas, na região hospitalar, em BH, e perde muito tempo no trajeto entre a casa e o serviço. Mas vai ter que esperar anos por isso. “Saio bem cedo e ando até o ponto de ônibus. Depois, pego o metrô e desço na Estação Central. De lá, sigo novamente a pé até o trabalho. Seria ótimo se essas promessas se tornassem realidade. Minha vida seria muito melhor”, afirma.
Sou filho de mineiros e sei que a conclusão das obras é uma antiga reivindicação. A construção do trecho Barreiro/Calafate, da linha 2, já começou, mas ainda não sabemos quando será concluído – Márcio Fortes de Almeida, ministro das
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