Um dia após o anúncio do consórcio que provavelmente vai operar a Linha 4 do Metrô em Parceria Público Privada (PPP), em concessão por 30 anos, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo decidiu ontem, em assembléia geral, fazer greve de 24 horas na terça-feira.
Contrários à PPP, vista como início da privatização do setor e do sucateamento do sistema, os metroviários chegaram a pedir à Justiça que suspendesse a licitação. A ação foi derrubada pelo Metrô, que abriu anteontem os envelopes com as propostas. Mas a Justiça ainda analisa o mérito do recurso.
Pela PPP, o consórcio MetroQuatro terá de comprar 29 trens – 14 na primeira fase, até 2008, e 15 na segunda etapa, a partir de 2012 -, será responsável pelos sistemas de controle, operação da linha e manutenção.
A obra civil e construção da infra-estrutura são feitas pelo governo. É como nos corredores de ônibus. A Prefeitura se encarrega da estrutura, tarifa e obras, e a iniciativa privada opera o sistema, comparou o presidente do Metrô, Luiz Carlos David.
O grupo é formado pela Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), que detém 68% do consórcio vencedor; Montgomery Participações, que inclui o banco português Banif, com 30%; a operadora do metrô parisiense RATP, com 1%, e a argentina Benito Roggio, concessionária do metrô de Buenos Aires, com 1%.
Segundo o vice-presidente da CCR, Marcio Batista, foi exigência do Metrô a presença de empresas do setor, para agregar experiência ao funcionamento da linha.
Na comparação com as rodovias, Batista disse que provavelmente o passageiro vai levar mais tempo para notar diferença nos serviços. O nível de exigência do Metrô é extremamente elevado. Mas o padrão dos trens dessa linha é bastante acima dos parâmetros atuais, terão mais conforto e segurança, explicou o executivo.
Tatuzão – O Metrô espera para o fim deste mês a chegada do Tatuzão, equipamento que tem capacidade para perfurar o subsolo a 30 metros de profundidade. A máquina será utilizada nas obras da Linha 4 do Metropolitano.
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