O projeto de um trem ligando o centro da capital (da estação Barra Funda) até o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, já tem data para sair do papel. Se tudo correr sem problemas e os contratos com as empresas que vão fazer a obra forem assinados até o final de 2007, os trens devem entrar em operação até 2009, segundo previsão da secretaria de Transportes Metropolitanos.
Para o consumidor, o maior benefício é o tempo reduzido da viagem (20 minutos) e o preço da passagem, estimado em R$ 25 – segundo pesquisa de mercado feita pela Secretaria de Transportes -, bem mais barato que um táxi, que cobra de R$ 70 a R$ 80 pela corrida.
– Se os contratos forem assinados até o final de 2007, as obras começarão logo em seguida e os trens estarão em funcionamento no final de 2009. O projeto é muito importante. A ausência de um transporte como esse enfraquece a cidade de São Paulo. Hoje, no mundo, cerca de 200 aeroportos têm uma linha ferroviária com ligação até o centro da cidade – afirmou o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
Fernandes disse que a expectativa é que entre 50 mil e 55 mil pessoas utilizem diariamente esse transporte. Além dos viajantes, foram colocados nessa conta os acompanhantes e os funcionários das companhias aéreas. Os trens terão intervalo de 12 minutos (5 partidas por hora) na operação inicial. Depois de implantado o projeto, esse intervalo poderá cair para 6 minutos. Atualmente, quem costuma sair da região central da cidade em direção ao aeroporto não leva menos de uma hora para fazer o percurso, principalmente em horário de pico.
Da Avenida Paulista, esse percurso acaba sendo ainda maior. O pior trecho que os motoristas têm que enfrentar é a Marginal Tietê, que diariamente registra quilômetros de congestionamento em toda a sua extensão.
– Os trens terão ar condicionado e bagageiros. Ninguém poderá viajar de pé – explicou Fernandes.
De acordo com o secretário, as estações funcionarão como terminais remotos aeroportuários, ou seja, com plataformas exclusivas e balcões das companhias aéreas para realização de check–in de passageiros com entrega de cartão de embarque e despacho de bagagem.
O Expresso Aeroporto vai aproveitar a faixa ferroviária da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Segundo a empresa, a linha será implantada em uma nova via exclusiva, com 31 km de extensão e duas estações terminais (uma na Barra Funda e outra no aeroporto). As obras terão 17 quilômetros de superfície, 6 quilômetros de trechos elevados e 8 quilômetros de subterrâneos.
A CPTM informou que na mesma via do Expresso Aeroporto será implantado o Trem de Guarulhos. Serão construídas três estações: Brás, Engenheiro Goulart/USP Leste (que permitirá integração com a Linha F Brás-Calmon Viana) e Zezinho Magalhães. A previsão da demanda para o Expresso Guarulhos é de 106 mil passageiros por dia, podendo chegar a 255 mil posteriormente.
– Os passageiros levarão cerca de 15 minutos do Brás até o conjunto Zezinho Magalhães, onde haverá uma outra estação da CPTM. Serão 19 quilômetros de extensão. Os dois projetos, o Trem de Guarulhos e o Expresso Aeroporto são muito importantes para a cidade de São Paulo – disse o gerente de projetos da CPTM, Silvestre Eduardo Rocha Ribeiro.
Nesta quinta-feira, a Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo publicou no Diário Oficial os termos de referência para a construção do chamado Expresso Aeroporto. As empresas interessadas têm até o dia 24 de novembro para pedir esclarecimentos sobre o projeto e até o dia 18 de dezembro para apresentar sugestões e os consórcios formados. O edital de licitação ficará pronto no primeiro semestre do ano que vem. A obra, com a parceria da iniciativa privada, deverá custar R$ 570 milhões.
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