O presidente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e das Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, entregou nesta sexta-feira ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, um documento com propostas para o setor de infra-estrutura, que contemplam investimentos de R$ 87,7 bilhões por ano. Segundo o executivo, o objetivo da entidade é contribuir para que o governo estabeleça uma agenda de longo prazo para o setor, com definição de todos os projetos que a iniciativa privada pode participar, e em que condições isso deve ocorrer.
De acordo com Godoy, as principais linhas propostas no documento dizem respeito à recuperação da capacidade de investimento através de uma melhoria na gestão dos recursos, além de outros detalhes, como a modernização da Lei de Licitações. O documento coloca como prioridades ainda a recuperação das rodovias, a redução da concentração da matriz de transportes de cargas no modal rodoviário, ao mesmo tempo em que ocorra uma ampliação da malha ferroviária. A proposta da Abdib propõe ainda uma agenda para o setor de portos, aeroportos, além dos segmentos de saneamento e energia.
Segundo o documento, do total de propostas, o setor de petróleo e gás é o que mais exige recursos, com um montante da ordem de R$ 31 bilhões, seguido pelos setores de transporte, com R$ 16,8 bilhões, e de energia elétrica, com R$ 16,6 bilhões. Esse volume de recursos reflete de forma conservadora a necessidade de investimento para prover infra-estrutura em quantidade e qualidade para o bem-estar da sociedade e para a competitividade do setor produtivo, diz o texto.
Segundo a entidade, os recursos também levam em consideração a quantidade de investimentos para reverter em curto prazo situações caóticas. A previsão da Abdib é que, com a realização desse volume anual, o Brasil poderá ter em cinco anos um sistema portuário ampliado, com equipamentos modernos e sistemas automatizados.
No setor elétrico, especificamente, a análise aponta para a necessidade de ampliar anualmente a capacidade de geração de energia em 4 mil megawatts, e o sistema de transmissão em 3 mil quilômetros. Segundo a entidade, essas quantidades poderiam fazer frente a um aumento de consumo decorrente de um crescimento médio de 3,5% na economia.
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