Representantes da América Latina Logística (ALL), empresa que comprou a Brasil Ferrovias (Novoeste, Ferroban e Ferronorte) em maio, estiveram reunidos ontem em Cuiabá, com o governador Blairo Maggi, políticos e empresários. Foi a primeira visita da ALL ao Mato Grosso, onde por meio do Fórum Pró-Ferrovia em Cuiabá, a empresa conheceu os projetos que trarão os trilhos de Alto Araguaia (460 quilômetros de Cuiabá) até a Capital. Ficou acertado que em outubro será apresentada uma agenda com os compromissos assumidos ontem pela ALL e também viabilização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima), orçado em cerca de R$ 2,5 milhões para o trecho até Cuiabá.
Segundo estudo realizado pelo governo estadual, se hoje a ferrovia transporta de 7 a 9 milhões de toneladas (t) ao ano nos 2 mil quilômetros de ferrovia de Alto Araguaia ao Porto de Santos (SP), com a construção de mais 400 quilômetros de trilhos até Cuiabá agregaria pelo menos mais 14 milhões/t de produtos ao ano.
Chegando até Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá) – por meio de um ramal feito ao traçado original, que não previa a ‘parada’ na cidade – já seriam mais 6 milhões/t a mais, ao ano.
Isso sem contar com os novos empreendimentos que se instalariam em Mato Grosso caso os empresários pudessem contar com mais essa alternativa de transporte, afirma o governador.
De acordo com Blairo Maggi, se a ferrovia avançar pelo interior de Mato Grosso, poderá aproveitar também a produção da região do Araguaia, que atualmente é escoada pelo estado de Goiás.
Segundo o diretor de Produtos Industrializados da ALL, Paulo Luiz Araújo Basílio, no momento a prioridade da empresa é conseguir atender à demanda já existente no terminal de Alto Araguaia. Temos um enorme trabalho de manutenção de trilhos, de adequação de pátios e de melhoria no Porto de Santos, pois não estamos conseguindo escoar nem os produtos que chegam a Alto Araguaia, revela.
Entretanto, Mato Grosso faz parte dos planos de expansão da empresa, completa.
Segundo o presidente do Fórum e filho do idealizador da ferrovia, vereador Francisco Vuolo, existe uma necessidade de se concretizar esse projeto que solucionará um dos maiores entraves do segmento produtivo que é o escoamento da produção, que encarece o custo do frete. “Além de resolver um grande problema, teremos uma imensurável gama de desenvolvimento que não pode ser aqui estimada, já que por onde os trilhos passarem haverá desenvolvimento e geração de emprego”, argumenta.
Segundo o diretor da ALL, existe interesse da empresa em fazer chegar os trilhos até Rondonópolis e a Cuiabá, porém ele fala que nessa primeira visita a prioridade é pela criação de uma agenda que analise o projeto, levando em consideração as condições financeiras e demanda de cargas. “O que viabiliza o projeto é o volume”, garante.
Maggi diz que se esse aumento no trajeto não for viável em termos de volume – como deixou claro o diretor da ALL -, há a possibilidade dele ser concluído por uma estatal e com recursos federais. “Se o trecho de Rondonópolis a Cuiabá não for viável para a ALL, sugerimos que ela passe a uma estatal para que possa concretizar esse sonho tão esperado pelos cuiabanos”.
Segundo o representante da Federação das Indústrias do Mato Grosso (Fiemt), Luiz Garcia, a implantação da ferrovia é de suma importância para o desenvolvimento não só da indústria como também de todos os setores ligados à economia estadual. Garcia convidou informalmente a ALL para participar em outubro (de 16 a 19) do Fórum da Infra-estrutura na área de transporte que discutirá os gargalos e soluções para Mato Grosso.
Para entender por onde os trilhos deverão cruzar o Estado, uma apresentação simulou um sobrevôo por todo percurso, inclusive com o novo traçado chegando a Cuiabá, que aumenta em cerca de 60 quilômetros o trajeto original. O governador Blairo Maggi falou aos representantes da ALL que “o sonho do cu
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