As concessionárias de transporte ferroviário e rodoviário das malhas que atendem ao Porto de Santos defenderam a implantação do Rodoanel e do Ferroanel para aumentar a eficiência dos acessos ao cais santista, no painel de debate Multimodalidade: Solução para o Gargalo Logístico do País, o último do Santos Export 2006 – Fórum Nacional para Expansão do Porto de Santos. Para os empresários, estas obras são prioritárias para melhorar a matriz de transportes no Estado, reduzir custos operacionais e aumentar a competitividade das cargas.
A Codesp, por outro lado, manifestou seu apoio à navegação de cabotagem, que considera mais segura e menos poluente. A defesa pelo uso das vias marítimas foi feita, também, pelo presidente da indústria e operadora portuária Carbocloro, Arthur César Whitaker, cuja empresa desenvolve um projeto para transportar sal por uma hidrovia do porto a Cubatão.
De acordo com o presidente da concessionária ferroviária MRS Logística, Júlio Fontana Neto, a empresa acredita que a implementação do Ferroanel – anel ferroviário a ser construído ao redor da Região Metropolitana de São Paulo – irá facilitar o crescimento da eficiÙncia das operações no cais santista. Segundo ele, há todo interesse em investir no projeto, especialmente no tramo Norte, que vai direcionar a produção até Santos.
´´O Ferroanel é fundamental para o crescimento de contêineres por via férrea e para diminuir o tráfego rodoviário. É um projeto que já tem quase todos os estudos prontos, mas a gente precisa de que tenha mais um investidor, porque a MRS não pode fazer ele sozinha´´, disse.
A preferência pelo tramo Norte se dá porque esta parte do projeto fica na área da concessionária, justificou o empresário.
Atração
O presidente da Ecorodovias (holding que controla a Ecovias, a concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes), Marcelino Seras, destacou o potencial multiuso do complexo santista, aliado ao pátio regulador de cargas da própria empresa, em Cubatão. Segundo ele, a importância do sistema e dos serviços prestados pela concessionária é confirmada pelo volume médio de veículos que passaram diariamente pelas vias – cerca de 17 mil em 2005. Ele apoiou, ainda, a implantação do Rodoanel, anel viário que irá circundar a região metropolitana da Capital, facilitando o escoamento de cargas pelo porto.
Marítimo
Durante o painel, o diretor comercial e de Desenvolvimento da Codesp, Fabrizio Pierdomenico, elencou uma série de benefícios da cabotagem. Para ele, o uso de navios para transportar cargas entre portos de um mesmo país é ´´extremamente viável´´. ´´Em comparação às vantagens e desvantagens, a cabotagem ganha dos outros modais. A única coisa em que a cabotagem perda é no tempo´´, lamentou.
Pierdomenico aproveitou e defendeu a realização de investimentos no setor, assim como faz a Aliança Navegação, dito por ele que desenvolve uma ´´autovia´´ para a cabotagem na costa brasileira. ´´O crescimento se dá pela cabotagem´´, disse ao citar o crescimento da modalidade no porto, principalmente na movimentação de contêineres.
Como Pierdomenico, Arthur Whitaker, da Carbocloro, manifestou o apoio ao modal marítimo como alternativa aos gargalos logísticos do Porto de Santos. Ele explicou o projeto da empresa, que prevê movimentar 1 milhão de toneladas de produtos por uma hidrovia, especialmente sal, aguarda somente a liberação ambiental para ser implantado. ´´Essa hidrovia, dentro do próprio porto, é viável. Esse projeto já existe há oito anos e não conseguimos implementá-lo´´, desabafou.
Com a obra, pelo menos 60 mil viagens de caminhões devem ser eliminadas dos acessos rodoviá rios do cais santista por ano.
Também participaram do debate sobre Multimodalidade o diretor-executivo da Ciesa Indúistrias Alfandegadas do Porto de Santos, do Grupo Ciesa S/A, Vicente do Valle, o presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial e Portuário da Alemoa (AMA), João Maria
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