A maioria das passagens de nível (cruzamentos de linhas ferroviárias com vias públicas, rodovias e estradas) da Cidade está em estado precário de conservação e de sinalização. Pelo menos é o que se registra, principalmente, na Avenida Rodrigues Alves, nas proximidades da Senador Dantas. Nesse local, por exemplo, não existem mais algumas sinalizações obrigatórias, como a placa de ‘‘Olhe, Pare e Escute’’. Essas passagens também se transformaram em depósitos de lixo, tamanha a quantidade de dejetos e materiais que estão sendo jogados nos trechos próximos aos trilhos.
‘‘Até local para pernoite de moradores de rua, isso aqui já virou’’, disse um morador da Rua Padre Anchieta, que preferiu não se identificar. Ele apontou também outra dificuldade para os motoristas, na hora de atravessar as passagens, como o bloqueio de visão, provocado por outros veículos que ficam estacionados próximos demais às passagens. ‘‘Quem vem da rua, mesmo devagar, não consegue ver direito se o trem está chegando ou não’’.
Um funcionário de uma borracharia próxima disse que recentemente um idoso foi atropelado ao cruzar a linha férrea, perto da Rua Padre Anchieta. ‘‘O trem apita mas, às vezes, já é tarde demais’’, comentou. O mesmo excesso de lixo e falta de sinalização se repete no cruzamento da Rua 28 de Setembro.
‘‘Mas há muitos motoristas abusados também, que nem olham para atravessar’’, reclamou o aposentado autônomo José dos Santos, que transitava ontem pela Rua Silva Jardim. Ele disse que já cansou de ver tantos acidentes, que poderiam ser evitados com ‘‘um pouco mais de prudência’’.
Também o sinal sonoro obrigatório para avisar a proximidade da locomotiva não está funcionando em várias passagens, como a existente no Canal 1, que concentra grande volume de trânsito, nos horários de pico. Já no Canal 2, por exemplo, nota-se também que há grande desnível dos trilhos com o solo, o que dificulta o trânsito dos veículos pelo ponto, assim como facilita a ocorrência de quedas de motociclistas e ciclistas.
Responsabilidade
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos), toda a sinalização junto à linha férrea é de responsabilidade das empresas que operam nos trilhos. Compete à CET a instalação e manutenção da sinalização horizontal — pintura de solo —, reforço de piscante amarelo intermitente (sem sonorização), placas de ‘‘Pare, Olhe e Escute’’ e a ‘‘Cruz de Santo André’’.
Ainda conforme a CET, recentemente, a companhia realizou um levantamento da sinalização nas passagens de nível. As existentes nos canais 1 e 2 já tiveram o projeto de revitalização executados. As da Avenida Rodrigues Alves já possuem projeto, que serão executados nos próximos dias.
Já de acordo com a MRS Logística, que é uma das empresas que opera trens em Santos, nenhuma das passagens de nível existentes na Cidade é de responsabilidade da empresa. ‘‘Temos algumas somente em Cubatão. As de Santos são de responsabilidade da América Latina Logística (ALL)’’, garantiu o gerente de Arrendamento e de Patrimônio da MRS Logística, Sérgio Carrato.
A Assessoria de Imprensa da ALL, que ficou de responder os questionamentos da matéria via e-mail, não enviou material até o fechamento desta edição.
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