Fiesp anuncia reativação de “porto seco”

O desvio ferroviário da Eadi (Estação Aduaneira do Interior) – também conhecida como porto seco de Bauru, responsável pela conexão da cidade diretamente a Santos – deverá ser reativado até o final deste ano, através das linhas da ALL (América Latina Logística).

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, confirma a informação. “E a ligação não vai ser só em direção ao litoral paulista, como também até Corumbá (MS), formando um corredor de exportações”, diz.

O diretor da Fiesp em Bauru, José Luiz Simonelli, comenta que essa é uma demanda antiga da região porque os custos do transporte ferroviário são até 75% menores do que o rodoviário.

Além disso, pelo fato do porto seco ser um armazém de uso público sob fiscalização da alfândega da Receita Federal, o carregamento e desembaraçamento dos containers deveria ser feito em Bauru. “A cidade receberá mais impostos por essa prestação de serviços”, fala Simonelli.

Uma empresa de Bauru que hoje adota o transporte rodoviário até o porto Santos é a Plasústil.

Sua assistente de comércio exterior, Manira Adhaddad, explica que a empresa paga em média 5% do valor da carga só no transporte. “Essa alternativa da ferrovia reduzirá nossos custos”, diz.

Desvio já pode receber trens
A ALL (América Latina Logística), atual controladora da Brasil Ferrovias, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que sua área de inteligência de mercado ainda está analisando todos os trechos da empresa para escolher aqueles que terão investimentos.

Segundo o diretor comercial da Eadi, Cássio Zenati, o desvio ferroviário está em “perfeitas condições operacionais” para ser reativado imeadiatamente.

Os trilhos têm 950 metros de extensão e capacidade para carregar oito containers ao mesmo tempo.

Em 2005, a Eadi carregou em média por mês 57 containers para exportação e recebeu 62 para importação.

Os números da ALL
Compra
Em maio, a ALL comprou a Brasil Ferrovias (Novoeste, Ferroban e Ferronorte) por R$ 1,405 bilhão

Tamanho
A operação criou a maior empresa de logística da América Latina, com uma malha de 20.495 quilômetros presente nos Estados de SP, MT, MS, PR, SC, RS

Demissões
Até o início de julho já haviam sido demitidos 1.900 dos 4.300 funcionários da Brasil Ferrovias

Sindicato
Sindicato de Trabalhadores dos Ferroviários tenta cancelar 134 demissões das 334 ocorridas só na Novoeste

Fonte: Bom Dia Bauru (SP)