Na terceira reunião específica para tratar dos problemas de infra-estrutura no país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, ontem, explicações do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira, sobre as tarifas do setor ferroviário de cargas. Lula quis saber porque essas tarifas são tão próximas das tarifas do setor rodoviário, quando, por conta da maior eficiência do setor, deveriam ser mais baratas.
O presidente me pediu para que verificasse porque isso está ocorrendo, disse. Segundo Oliveira, essa reclamação teria sido feita ao presidente por vários usuários do setor ferroviário mas, sobretudo, pelos produtores de soja.
Oliveira rebateu ontem, após reunião no Planalto, a avaliação do Tribunal de Contas da União que criticou a operação tapa-buraco colocada em prática no final do ano passado. O ministro disse que as obras eram emergenciais para evitar riscos à segurança da população, e que todos os reparos foram fiscalizados pelos engenheiros responsáveis e pelo Exército. Segundo ele, os serviços só foram pagos após a comprovação da qualidade do trabalho. Não considero que tenha sido dinheiro jogado fora, afirmou.
Oliveira está otimista em relação ao aumento de recursos para o setor. Lembrou que isso é fundamental para assegurar o crescimento do país nos próximos anos. Há inequívoca relação entre crescimento econômico e investimentos em infra-estrutura. Ele não quis, contudo, adiantar de quanto será esse incremento de verbas e quando ele será anunciado. Um dos mecanismos que poderão ser usados, segundo ele, é a inclusão de algumas obras, como a BR-163, no PPI. Já reservamos quase R$ 100 milhões do PPI para a rodovia.
No encontro de ontem, foram expostas as principais obras que o governo pretende investir nos setores de rodovia, ferrovia, portos (incluindo obras de dragagem), hidrovias e construção naval. São projetos para alavancar o crescimento até 2011, disse.
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