Técnicos do Ministério Público Estadual (MPE) estão acompanhando os trabalhos de perícia feitos pelo Instituto de Criminalística (IC) e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) na cratera da Rua Capri. Além das avaliações no local do acidente, eles também participarão das inspeções que serão feitas nos demais canteiros de obra da Linha 4 do Metrô – sobretudo nos imóveis que apresentaram rachaduras durante a escavação.
Os dados colhidos pelos técnicos serão entregues à Promotoria de Cidadania e à de Habitação e Urbanismo, que apuram as causas da tragédia. A investigação dos promotores deve durar 60 dias. Mais do que uma preocupação com a segurança na execução das obras, a inspeção determinada pelo governador José Serra (PSDB) na semana passada tem o objetivo de passar tranqüilidade às famílias que vivem nas imediações das frentes de trabalho da Linha 4.
Desde o acidente, aumentou o número de pessoas que se queixam do aparecimento de trincas e rachaduras em suas casas. “Queremos afastar a possibilidade de acidentes em outros pontos da linha”, diz uma fonte do Metrô.
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Cícero é a sétima vítima, diz polícia
A Polícia Civil não tem mais dúvidas: o contínuo Cícero Augustinho da Silva, de 60 anos, é a sétima vítima da tragédia nas obras da futura Estação Pinheiros do metrô. Seis corpos já foram encontrados e as buscas devem ser intensificadas na área do desmoronamento. Cícero esteve no Edifício Passarelli e descia a Rua Capri, às 14h45, para pegar uma van na Estação Pinheiros da CPTM, quando houve o desmoronamento.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ouviu o depoimento de uma funcionária do Edifício Passarelli que se encontrou com Cícero na porta do prédio, próximo do local onde se abriu a cratera. Foi para ela que, às 14h38, o contínuo fez uma ligação do próprio celular. O telefonema foi rastreado pela antena da Estação de Radiobase (ERB) da Rua Eugênio de Medeiros, perto do local do acidente. Cícero fez serviços bancários para a funcionária e foi receber o pagamento. Ele pegou o cheque, se despediu dela e caminhou em direção à Estação Pinheiros.
A delegada titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas do DHPP, Gislaine Ribeiro Doraide Pato , conseguiu rastrear os últimos passos de Cícero. Ela apurou que o contínuo saiu de casa, em Perdizes, na zona oeste, entre 9 horas e 9h30, sem informar o destino. Às 13 horas, fez contato com um comerciante da Rua Alfonso Bovero. Nesse telefonema, Cícero disse que iria para Pinheiros. Às 13h25, o contínuo recebeu um telefonema e conversou durante 27 segundos. Ele disse que iria para Pinheiros e à tarde encontraria outra pessoa num bar em Perdizes.
Mais tarde, Cícero encontrou um amigo no ônibus da linha Perdizes-Sacomã. O amigo disse que ele desceu na esquina da Rua Cardeal Arcoverde. O contínuo ia para Pinheiros. Às 14 horas, encontrou com outra pessoa para confirmar um encontro mais tarde na Estação Vila Madalena do metrô. Outras ligações também foram rastreadas e as pessoas que conversaram com Cícero foram localizadas. Elas disseram que na conversa o contínuo também informou que ia para a região do acidente.
A família agora só tem um desejo: encontrar o corpo para fazer um enterro digno. A Assessoria de Imprensa do Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras da futura Estação Pinheiros do metrô, informou ontem que as buscas ao contínuo se concentram nos escombros da Rua Capri, próximo ao local em que foi achada a van.
Resgate chega ao corpo até domingo
O Corpo de Bombeiros pretende localizar até domingo o corpo do contínuo Cícero Augustinho da Silva, de 60 anos, apontado como a sétima vítima do desabamento das obras da futura estação Pinheiros do metrô. O resgate está concentrado a 5 metros da entrada do túnel abaixo da Rua Capri, na área onde foi localizado o microônibus com quatro vítimas e o corpo de Abigail Azevedo, de 75 anos. Os bombeiros tentam chegar ao possível lug
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