O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras da Linha 4-Amarela, o Metrô e o Ministério Público Estadual (MPE) assinam nesta segunda-feira, às 14 horas, um novo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O documento vai definir os rumos do processo de coleta de provas na futura Estação Pinheiros. No dia 12 de janeiro, o desabamento do canteiro de obras engoliu a Rua Capri, matando sete pessoas.
O TAC “criminal” prevê a construção de 84 estacas no contorno da cratera onde houve o desmoronamento. As estacas serão ancoradas por tirantes no solo e permitirão a escavação da vala, já que não é mais possível aumentar o diâmetro do talude, feito nos dias seguintes à tragédia. Assim, técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e peritos do Instituto de Criminalística (IC) poderão chegar ao ponto exato do acidente. A maior preocupação do IC, que apura eventuais responsabilidades criminais no caso, é com a integridade do local.
O estaqueamento deve começar na segunda semana de abril e durar 75 dias. Só depois será possível chegar ao ponto inicial do desastre. As estacas também servirão para proteção da obra da estação, quando ela for reiniciada. Enquanto isso, o IPT e o IC trabalham na análise dos diários de obra e dos fragmentos do solo já coletados. A previsão é de que o relatório final sobre as causas do acidente seja concluído no fim de 2007.
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A proposta de assinatura de um TAC específico para a Estação Pinheiros foi feita pelo próprio Consórcio Via Amarela, numa tentava de dar mais transparência às investigações. No dia 15 de novembro, Metrô, Via Amarela e MPE já haviam assinado um TAC definindo regras para a continuidade das obras.
A direção do Metrô prevê o reinício das obras de quatro frentes de trabalho da Linha 4 – Caxingui-Três Poderes, Três Poderes-Caxingui, Três Poderes-Butantã e Caxingui-Morumbi – em dez dias. Na sexta-feira, 30, técnicos do IPT estiveram reunidos com representantes do Metrô, do Consórcio Via Amarela e das empresas projetistas da Linha 4 e solicitaram detalhamento de três procedimentos de engenharia adotados nas obras e de um plano de contingenciamento de segurança.
“Os documentos que atestam a adoção dessas soluções de engenharia serão enviados na segunda-feira ao IPT, que se comprometeu a concluir relatório até a segunda-feira depois da Páscoa, dia 9. O IPT também reconheceu que o plano de segurança já está contemplado no anexo 9 do contrato. Assim que estiver tudo liberado, as escavações recomeçam imediatamente”, previu Sérgio Avelleda, diretor de Assuntos Corporativos do Metrô.
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