A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai investir 9,951 bilhões de dólares como parte dos esforços para triplicar sua capacidade instalada de placas e entrar em novos mercados, como a produção de aços longos e de cimento. Os projetos devem ser concluídos até 2010 e incluem a construção de duas usinas de placas de aço, uma de aços longos, o aumento da produção da mina de Casa de Pedra, e uma fábrica de cimento.
O maior investimento, 3,7 bilhões de dólares, será realizado na expansão da Casa de Pedra, cuja capacidade instalada atual é de 16 milhões de toneladas por ano. Dividida em quatro etapas, a expansão deverá elevar a capacidade da mina para 21 milhões de toneladas em fevereiro de 2008. Ao final da última fase, em julho de 2010, a planta estará apta a extrair 53 milhões de toneladas anuais. As reservas comprovadas da Casa de Pedra são de 1,6 bilhão de toneladas. A ampliação da mina contempla a instalação de uma usina de pelotização (que transforma o minério de ferro bruto em pelotas, produto mais nobre no mercado internacional) com capacidade de 6 milhões de toneladas por ano até 2011. Outro projeto ligado à mina é a expansão do Porto de Itaguaí, que chegará a março de 2009 capaz de embarcar 40 milhões de toneladas por ano.
Segundo os analistas, a ampliação da Casa de Pedra é o pilar dos demais planos da empresa. No pacote de investimento, está a usina de placas de Itaguaí, a 70 quilômetros do Rio de Janeiro. Anunciado em dezembro de 1999, o projeto patinou por vários anos. As obras deveriam começar no início de 2001. Agora, o início da implantação está previsto para setembro deste ano, com término em dois anos. Na planta, serão gastos 3,1 bilhões de dólares. Em Minas Gerais, deve ser construída uma segunda usina de placas ao custo de 2,9 bilhões de dólares. As obras devem se estender de julho de 2008 a agosto de 2010. Em conjunto, as duas usinas deverão acrescentar mais 9 milhões de toneladas anuais de capacidade de produção de placas de aço. Atualmente, a CSN é capaz de fabricar 5,6 milhões de toneladas.
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O mercado externo será o principal destino da produção, segundo os analistas. Contando com fácil acesso à matéria-prima, as placas serão fabricadas a preços mais competitivos e poderão ser laminadas nas plantas que a CSN possui no exterior: a americana CSN LLC, e a portuguesa Lusosider. Mesmo tendo perdido recentemente duas disputas importantes – as compras da Corus e da Wheeling-Pittsburgh -, os analistas não descartam que a CSN volte a prospectar um novo alvo, para aumentar sua capacidade de laminação no exterior.
Novos mercados
A CSN também quer aproveitar o bom momento da construção civil e as perspectivas de investimentos em infra-estrutura. Para tanto, vai investir 112 milhões de dólares na construção de uma usina de aços longos, mercado em que ainda não atua. A unidade será implantada em Volta Redonda e deverá ser concluída em agosto de 2008. Sua capacidade será de 500.000 toneladas anuais. Segundo os analistas, trata-se de um volume modesto, mas servirá para racionalizar a produção da siderúrgica. Enquanto as demais recorrem à compra de sucata como matéria-prima, a CSN poderá utilizar o refugo da laminação de aços planos.
O último segmento em que a companhia vai estrear é o do cimento. Como no caso dos aços longos, o principal insumo será aproveitado de seu próprio processo produtivo – a escória de alto-forno. Por 104 milhões de dólares, também em Volta Redonda, a CSN pretende construir, até março de 2008, uma unidade para 2,5 milhões de toneladas anuais de cimento. Segundo a companhia, 90% da produção será vendida para o varejo, em sacos de 50 quilos. A empresa estima que seja capaz de atender, em condições competitivas, clientes em um raio de 450 quilômetros da usina. Nessa área, o mercado potencial de cimento é de 15,6 milhões de toneladas anuais.
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