A Paraíba e a Bahia querem ser beneficiadas pela ferrovia Transnordestina. No seu formato atual, o projeto terá apenas dois ramais, contemplando o Ceará e Pernambuco – também envolve o Piauí. O primeiro a pronunciar-se sobre o assunto foi o ministro baiano Geddel Vieira Lima (PSDB). Ontem, ao defender a inclusão de seu Estado, o governador paraibano, Cássio Cunha Lima, chegou a classificar o atual desenho do projeto como um “apartheid ferroviário”.
Mas, segundo o governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), na última quarta-feira os executivos da Companhia Ferroviária Nacional (CFN), responsável pela Transnordestina, afirmaram que a ferrovia não terá seu desenho alterado. Esses só seriam beneficiados em um novo projeto.
“Queremos nossa inclusão na Transnordestina, com um ramal da cidade de Arrojado, no Ceará, até Souza (PB), e a interligação em Cabedelo (também Paraíba) com Recife, para a junção de nossos dois portos, Cabedelo e Suape”, afirmou Cunha Lima. A Transnordestina está orçada em R$ 4,5 bilhões.
“Nós tivemos uma reunião com a CFN e eles estão trabalhando um trecho de 15 quilômetros entre Missão Velha (CE) e Salgueiro (PE). Existe toda essa discussão levantada pelo ministro Geddel Vieira Lima. Levantou-se uma possibilidade de integração com o oeste baiano e outros trechos, como o citado pelo Cássio. Mas a CFN diz que todos esses trechos devem conformar um novo projeto”, explicou Eduardo Campos.
Segundo o governador de Pernambuco, a CFN vai avaliar todos esses modelos desde que o governo analise uma modelagem pelo Fundo de Investimento no Nordeste (Finor). O objetivo é ter vantagem no Imposto de Renda – mecanismo viabilizado desde o primeiro momento pelo ex-ministro Ciro Gomes para viabilizar a Transnordestina.
O governador paraibano argumentou que espera que seu Estado seja contemplado pela Transnordestina para compensar a ausência de novos projetos e de obras de grande porte na Paraíba, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. “Não quero crer que tenha sido uma discriminação. Até porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sinalizado para o desejo de governar para todos, manter parceria com todos os governos. Não aponto nenhum gesto do presidente da República, qualquer ato de retaliação. Mas não posso dizer o mesmo com relação ao conjunto do governo”, disse Cunha Lima.
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