O governador José Roberto Arruda anunciou nesta sexta-feira a intenção do GDF em privatizar o sistema operacional do metrô do DF. Ainda não há detalhes sobre a operação, mas a assessoria do órgão informou que o assunto já era discutido antes mesmo da greve dos metroviários – que já dura cinco dias.
Para que a idéia se concretize, o GDF terá de fazer estudos e traçar metas para o processo legal. Diversas questões devem ser discutidas, como o destino dos mais de mil servidores concursados, além da forma correta de privatização, terceirização ou concessão do serviço de transporte público. Se o processo for viável, deve se levar bastante tempo para concretizá-lo, informou o órgão.
Na opinião do diretor de operações do metrô, José Dimas Machado, o sistema não precisaria ser privatizado. Mas o assunto ganha força quando se pensa nos transtornos vividos pela população no caso de greves – como a que acontece atualmente. Ele diz que os 60% de trabalhadores mantidos no trabalho não estão resolvendo o problema.
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Machado alega que os funcionários não estão bem distribuídos e trabalham em estado de greve. “Não obedecem sempre as ordens de superiores”, explica. Por conta disso, o sistema está inchado e os oito trens que operam por determinação da Justiça andam pelos trilhos lotados nos horários de pico.
“O governo poderia gerir com eficiência, mas é preciso mudanças na lei de greve. No caso desta, trata-se de um ato abusivo. Os metroviários estão com todas as perdas salariais e inflação compensadas. Eles têm os melhores salários da categoria de todo o Brasil, junto com São Paulo, que é muito maior e mais complexo”, alega Machado.
O sindicato da categoria não vê com bons olhos a intenção de privatizar o serviço. “Nós vemos isso como uma ameaça. E vamos lutar contra”, diz o presidente dos metroviários, Solano Teodoro. Ele também rebateu a afirmação de que os trabalhadores estivessem fazendo “corpo mole”. “O governo quer colocar a população contra os metroviários. Mas nós estamos exercendo nosso direito de greve”, concluiu.
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