A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) quer aumentar seus espaços para a publicidade, especialmente agora que a lei Cidade Limpa, em vigor desde setembro, reduziu a propaganda em outdoors na cidade de São Paulo. No início deste ano a empresa fixou como meta elevar em 50% a receita não tarifária – ou seja, tudo que não venha da cobrança de tarifas ou de subvenções do Estado. E alugar espaço dentro dos vagões para anúncios ou nas estações para lojas e quiosques foi o caminho escolhido para engordar o caixa.
Pelos resultados iniciais, tudo indica que vamos fechar 2007 com um índice bem maior que os 50%, afirma Renata Lucena, gerente de marketing e desenvolvimento de negócios da CPTM. Segundo ela, no primeiro quadrimestre deste ano a receita bruta operacional da CPTM foi de R$ 855,9 milhões. Deste total, R$ 2,2 milhões vieram da comercialização de espaço publicitário e da instalação de pequenos comércios. O valor é 59% maior que o do mesmo período de 2006. Só por conta da lei Cidade Limpa, a procura por espaço para publicidade em nossos trens aumentou entre 20% e 30%, diz Renata.
Ela mesma foi um investimento da empresa para desenvolver essa fonte de verba. Formada em engenharia de produção, por seis anos Renata foi gerente de produto e planejamento da H.Stern. No fim de 2006 recebeu o convite para trocar o público classe A e B da joalheria pelos quase 1,6 milhão de usuários que circulam diariamente pelas 83 estações da CPTM e que são, predominantemente, das classes C e D. É onde o consumo está aumentando e as empresas querem alcançar esse público. Marcas como Coca-Cola, C&A, Adidas e Citroën, entre outras, já andaram nos trens da CPTM.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
O trabalho agora é catalogar os espaços disponíveis para locação dentro dos trens. Hoje, cerca de 500 pontos são usados mas a executiva calcula que existam pelo menos 18 mil para colocar cartazes. Dentro dos vagões há duas áreas: nas paredes em cima dos bancos de passageiros e em cima das portas. A colocação de adesivos publicitários na parte externa dos trens ainda é debatida pelo departamento jurídico da empresa. Eles estudam se essa forma de publicidade não fere a lei Cidade Limpa. Os 111 trens da CPTM circulam por 88 estações ligando a cidade de São Paulo à região metropolitana – Mogi das Cruzes, Santos, Campinas, Barueri e Jundiaí, entre outras.
A CPTM também quer ampliar o número de lojas instaladas nas estações. Atualmente são 350, entre pontos de pequeno porte e quiosques. As áreas com maior potencial de crescimento são de alimentação rápida e vestuário, segundo Renata. A empresa também estuda mudar o sistema de locação – os contratos de credenciamento, de um mês, seriam ampliados, por licitação, para até cinco anos.
Seja o primeiro a comentar