O secretário de Transportes do estado do Rio de Janeiro, Julio Lopes, e o secretário de Transportes Metropolitanos do estado de São Paulo, José Luiz Portela, anunciaram nesta segunda-feira (30) a criação de uma comissão interestadual para acompanhar, passo a passo, o desenvolvimento do projeto do trem bala ligando as duas cidades. De acordo com nota divulgada, uma das principais funções da comissão será avaliar o impacto que o trem de alta velocidade trará para a rotina, a economia e a infra-estrutura das duas cidades.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, deve oficializar, no dia 29 de agosto, no Palácio Bandeirantes, sede do governo paulista, a criação da comissão interestadual. Na ocasião, Cabral e José Serra deverão assinar um termo de compromisso estabelecendo a parceria nos estudos para o projeto. A expectativa da União é licitar o trem bala até, no máximo, o início de 2008. Com a previsão de sete anos para a execução da obra, em 2015, cariocas e paulistas poderão ir de uma cidade a outra em apenas uma hora e meia.
Os secretários de Transporte do Rio e de São Paulo também visitaram as obras do Metrô Ipanema. Os dois secretários estudam a possibilidade de comprar novos carros de metrô e trens em conjunto, de forma a diminuir os custos.
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Viagem rápida
Nos últimos anos, o Governo Federal apresentou vários projetos de trem rápido para ligação Rio-São Paulo. Especialistas dizem que todos os problemas de engenharia envolvidos no empreendimento podem ser resolvidos facilmente.
Um dos projetos prevê 430 quilômetros de uma ferrovia exclusiva com duas mãos, uma de ida, outra de volta. O traçado teria de ser novo sem curvas acentuadas. O trecho mais difícil, com túneis, seria o da Serra das Araras, no Rio de Janeiro.
Segundo Jaime Waisman, professor de transportes da USP, a linha e os trens custariam R$ 15 bilhões e teria de haver uma parceria entre governo e empresários.
“É viável e necessário, porque estaríamos ligando as duas maiores regiões metropolitanas do país, numa região que no futuro deve concentrar 25% da população brasileira”, declarou.
A associação que reúne empresas privadas interessadas em participar do projeto diz que, se a idéia vingar, a tarifa poderia ficar entre R$ 130 e R$ 150.
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