Cerca de 40% das pessoas que precisariam usar o transporte público não têm acesso. São em torno de 37 milhões de brasileiros que moram nas grandes cidades e não têm dinheiro para pagar a passagem. Por isso, é importante que os operadores municipais promovam alternativas que tornem a tarifa mais inclusiva. A observação foi feita pela presidente-executiva do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Ana Lourdes Nogueira. Ela participou ontem do seminário O Desafio da Integração Metropolitana – Fortaleza dos Trilhos -, que termina hoje, no Hotel Vila Galé.
Ela cita o exemplo de Fortaleza, onde a tarifa está congelada há três anos, resultado de uma parceria entre as empresas do setor e a Prefeitura. Isso gerou uma demanda de 200 mil passageiros/dia no sistema. “Nós temos estudos para promover a desoneração da tarifa e mais pessoas tenham acesso.” Ana Lourdes lembra que, mais do que ter acesso ao serviço, é preciso que este seja de qualidade.
Segundo ela, os operadores têm trabalhado muito pela melhoria do sistema, como por exemplo, reduzir o tempo de viagem e a renovação da frota é uma das ações, mas não é tudo. Outro investimento importante é em infra-estrutura por parte das empresas e do poder público. Ana Lourdes diz que o Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor) prevê a melhoria dos equipamentos com a implantação de vias preferenciais para o transporte coletivo.
Integração
Ontem, durante o seminário Desafio da Integração Metropolitana – Fortaleza nos Trilhos – foi discutido a integração institucional e o pacto dos municípios da Região Metropolitana de Fortaleza. Ana Lourdes, que participou dessa mesa redonda, observa que o maior desafio da integração é fazer com que os agentes gestores e planejadores do transporte público metropolitano, Estado e Municípios encontrem um modelo hierarquizado de operar esse sistema
com eficácia e eficiência. “Fortaleza é modelo nacional de operacionalização do transporte urbano.”
Oswaldo Lima Neto, do Fórum Nacional dos Secretários Municipais e Dirigentes do Transporte Urbano e Trânsito, diz que a integração metropolitana é um problema nacional antigo e não resolvido. Um dos principais empecilhos para que ocorra essa integração é chegar a um acordo de quem vai gerenciar o sistema. Há experiências em que o Estado gerencia, outras que é o município. Para ele, o melhor modelo veio com a lei dos Consórcios Públicos, onde Estado e Municípios atuam juntos na gestão do sistema.
Ontem, foram abordados ainda os temas gestão consorciada, o sistema de transporte intermunicipal de passageiros do Ceará. Esse último pelo superintendente do Departamento de Edificações, Rodovias e Transporte (Dert), José Maria Braga Costa, que ressaltou a necessidade de se oferecer aos usuários do sistema, um transporte seguro e confortável.
As palestras do seminário Desafio da Integração Metropolitana estão disponíveis no site www.cbtu.gov.br. Clique em “Eventos-Série”, no menu.
E MAIS
– O presidente da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), Ademar Gondim, ressalta que a integração tem como proposta oferecer ao usuário uma rede de transporte para que tenha opções para fazer seu deslocamento com uma única tarifa. Segundo ele, está sendo firmado acordo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para a utilização da bilhetagem eletrônica. No caso do transporte alternativo, das 320 vans, 298 já possuem tecnologia para implantação do vale transporte eletrônico.
– A presidente-executiva do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Ana Lourdes Nogueira, diz que o principal problema nos terminais integrados de Fortaleza é o congestionamento nos horários de pico, mas que essa desvantagem deverá ser superado a integração temporal, que possibilita ao usuário usar até três ônibus pa
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