Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil se mobiliza para evitar que maquinistas e controladores sejam responsabilizados pela colisão entre dois trens da SuperVia, na última quinta-feira, em Austin, Nova Iguaçu, deixando oito mortos e mais de cem feridos. O presidente da entidade, Valmir de Lemos, o Índio, já fala em paralisação da categoria.
— Vai depender do laudo que a SuperVia apresentará dia 10.
Se a investigação deles apontar objetivamente que o choque foi provocado por falha humana, podemos entrar em greve. Vamos reivindicar melhores condições de trabalho para, assim, evitar um novo acidente como esse — diz Índio, que aposta na falta de manutenção do sistema de controle de tráfego como causa da tragédia.
Segundo a SuperVia, é cedo para se falar em culpados e, mais ainda, em paralisação: — A comissão interna de investigação só teve dois dias para trabalhar. Não vamos especular.
O sindicato quer pressionar a SuperVia, mas vamos averiguar tudo antes de divulgar qualquer coisa — rebateu o assessor de imprensa da empresa, Thiago Nehrer.
O Sindicato dos Ferroviários também está apurando a denúncia de que, na manhã de sábado, um trem que saía da Central com destino a Belford Roxo teria entrado na linha em direção a Caxias. Segundo Valmir Lemos, na altura de Triagem, o trem teria entrado no desvio, indo parar na linha errada.
A concessionária nega e garante que todos os trens e ramais funcionaram normalmente no último sábado.
O delegado da 58aDP, Fábio Marques, responsável pelas investigações do acidente, dará uma entrevista hoje, às 10h, para falar sobre o caso. Já o Sindicato dos Ferroviários fará hoje uma reunião com maquinistas e controladores.
Doze feridos no acidente permanecem internados. O estado mais grave é o de Edmir dos Santos, de 26 anos, com fraturas no crânio, nas costelas e no braço direito. Em coma induzido no CTI do Hospital de Clínicas Mario Lioni, em Caxias, ela respira com auxílio de aparelhos. No Hospital Pasteur, no Méier, Adão Lopes dos Santos e Luciana Apolinário Teixeira também estão em estado grave. O maquinista do trem de passageiros, Norival Ribeiro Nascimento, continua internado, mas a família não autorizou a divulgação de seu boletim médico.
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