Por que investir em trens e metrôs?

A resposta para a questão levantada pelo título deste artigo não precisa vir de especialistas em transportes nem de acadêmicos, pois está na boca do povo, como se diz na gíria, uma vez que a insatisfação com a mobilidade nas grandes cidades brasileiras é quase uma unanimidade e atinge toda a população, desde aqueles que usam o automóvel, passando pelos usuários dos sistemas de transporte público, até os pedestres.


Já foram realizadas diversas pesquisas sobre o assunto e os resultados são sempre os mesmos, ou seja, os trens urbanos e o metrô figurando como os primeiros colocados na preferência dos cidadãos, enquanto os ônibus municipais e intermunicipais levam a fama de pior desempenho dentre os meios de transportes nas cidades brasileiras.


Existem várias razões para a preferência popular recair sobre os trens urbanos e metrôs, dentre as quais posso citar o alto preço dos combustíveis para os usuários do automóvel, os elevados níveis de poluição sonora e atmosférica, os intermináveis congestionamentos, os temíveis acidentes de trânsito e a inconcebível insegurança pública, com os crescentes riscos de assaltos e roubos nas vias públicas e semáforos das cidades.


Os projetos de trens urbanos e metrôs deveriam ser prioritários em todas as secretarias municipais e estaduais de transporte, independentemente da política partidária vigente, em virtude da magnitude dos benefícios sociais que serão levados para toda a sociedade, do papel estruturador que exercerão sobre o crescimento econômico urbano e da influência permanente sobre as vidas das pessoas.


Hoje em dia, as populações das maiores cidades brasileiras dependem do transporte público para efetuarem seus deslocamentos, que, lamentavelmente, são deficientes, insuficientes, incompetentes, desintegrados e desorganizados. As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza e Curitiba precisam, urgentemente, de sistemas de transporte público baseados em espinhas dorsais metroferroviárias, abrangentes e integradas aos demais modos de transporte, para, daqui a 10 ou 20 anos, nossos descendentes possam usufruir de uma mobilidade urbana melhor.


Os especialistas em transportes vêm produzindo diversos estudos comprobatórios da viabilidade econômica dos projetos metroferroviários, que mostram claramente que são gerados benefícios socioeconômicos suficientes para superar os investimentos públicos realizados, além dos ganhos na arrecadação tributária dos governos e no grande incentivo para a indústria ferroviária e construção civil, com expressiva geração de empregos diretos e indiretos no país.


Grosso modo, estimo que as cidades acima, juntas, precisem de cerca de 500 km de novas linhas de trens urbanos e metrôs para atender suas populações durante os próximos 50 anos. As construções dessas linhas custariam para os cofres públicos, aproximadamente, R$ 80 bilhões e poderiam ficar prontas, facilmente, em 15 ou 20 anos, no máximo, desde que não ocorram imprevistos políticos, nem interrupções nos fluxos de recursos financeiros. Em termos técnicos, seria possível construir 25 km de linhas por ano, com investimentos anuais médios de R$ 4 bilhões.


Caro leitor, não fique espantado com as cifras acima, visto que R$ 4 bilhões anuais equivalem a pouco menos de 0,2% do PIB brasileiro e somente a Cide arrecada o dobro dessa quantia, por ano. Por fim, penso que não há empecilhos técnico-financeiros convincentes para não se investir em trens e metrôs neste país – falta apenas interesse político na questão.


Marcus Quintella é vice-presidente da Rio-Trilhos.

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Fonte: Jornal do Brasil

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