O caos no trânsito está trazendo prejuízos bilionários ao País. Somente em São Paulo, a capital mais congestionada do Brasil, perde-se R$ 2,5 bilhões anualmente com o trânsito, segundo Jaime Waisman, especialista em trânsito e transporte urbano da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). O estudo mostra que o paulistano perde até três horas diárias no trânsito. Os recursos perdidos nos engarrafamentos seriam suficientes, por exemplo, para construir uma nova linha do metrô com até 15 quilômetros de extensão.
Chegamos a um método que mede as perdas do custo social, como a queda da produtividade em decorrência do trânsito – afirmou Waisman. Maior gasto com combustível e manutenção, aumento da poluição, estresse também são conseqüências do caos urbano.
Com área de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o brasileiro paga o preço por ter se desenvolvido com um modelo econômico que concentrou cerca de 60% da população nacional em regiões metropolitanas.
– Como no movimento das empresas, que saíram das grandes para as médias cidades e agora estão indo também para os pequenos municípios, em 25 anos, acredito, que haverá um reordenamento na ocupação do território nacional – afirmou o professor da Universidade de São Paulo.
Com o fenômeno da popularização da motorização desde 1920, os Estados Unidos tiveram muito mais tempo para preparar sua infra-estrutura para o automóvel, ao contrário de países como o Brasil, em que o carro começou a se popularizar a menos de 20 anos, com a abertura do mercado no início dos anos 1990.
Para o professor da Escola Politécnica, o Brasil deveria seguir o modelo da Europa, que prioriza o pedestre.
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