A América Latina Logística (ALL), a maior ferrovia em extensão da América Latina, vai investir R$ 200 milhões neste ano em reparos e construção de novos trechos no Brasil. O valor, segundo a empresa, representa cerca de 1/3 do total dos recursos aplicados pela concessionária este ano.
O gerente de engenharia e projetos de via da ALL, José Paulo Fillipin, disse que a maior parte dos investimentos será destinada a melhora da malha de Mato Grosso ao Porto de Santos, trecho da antiga Brasil ferrovias, que possuía 4,7 mil quilômetros de via férrea.
Segundo ele, em 2007 e 2008 o volume de investimentos da ALL em via permanente equivale ao total de recursos aplicados em 2006, de R$ 250 milhões. “O grande volume nesses dois anos é realmente para adequar a malha da Brasil ferrovias”, disse Fillipin.
A ALL em maio de 2006 comprou as operações da Brasil ferrovias. A aquisição foi feita por meio de troca de ações no valor de R$ 1,4 bilhão – o total da operação, considerando-se a dívida líquida da empresa incorporada, foi de aproximadamente R$ 3 bilhões.
Para este ano, Fillipin ressaltou que estão previstos a troca de trilhos e ampliação de ramais na malha norte da companhia (Brasil ferrovias). “Já chegaram 16 mil toneladas de trilhos e encomendamos mais seis mil toneladas”, disse. Além das 22 mil toneladas já contratadas, negociamos mais 22 mil toneladas. No ano passado, a ALL importou 20 mil toneladas de trilhos. ” Isso tudo para tornar mais produtivo e seguro o trecho norte da empresa”, afirmou o executivo.
Pelo programa da ALL, serão construídos sete quilômetros no Porto de Santos. Segundo Fillipin, a obra deverá modernizar a linha administrada pela companhia no terminal portuário. “Vamos reconfigurar o trecho para seguir o layout do porto”, disse. Além da ampliação dessa linha, a ALL prevê a construção de mais 2 mil quilômetros em Alto Araguari, no Mato Grosso. “Esse ano não temos a construção de grandes trechos. A maior parte dos investimentos serão aplicados na manutenção da malha”, afirmou Fillipin.
Segundo o executivo, a meta da empresa é alcançar uma produtividade de 120 horas no pico de safra entre o Mato Grosso e o Porto de Santos. “Em 2006, quando ainda não operávamos a Brasil ferrovias, uma composição levava 200 horas da área produtora ao porto”, afirmou. No ano passado, com os investimentos feitos em via permanente, o tempo de percurso passou para 130 horas.
Obras em 2007
Fillipin acrescentou que no ano passado a ALL construiu 16 pátios de manobras, que totalizaram 1,35 mil quilômetros na malha da Brasil ferrovias. “Com todas as intervenções que fizemos neste trecho em 2007, conseguimos reduzir em 70% o número de acidentes relacionado a via. Isso já é um grande ganho”, disse o executivo.
O uso intensificado de tecnologia, segundo Fillipin, também contribuiu para a melhora da eficiência da malha norte da ALL. Equipamentos para nivelar a linha, chamados de socadoras, foram implantados no trecho no ano passado.
“São máquinas que a antiga controladora não dispunha com esse nível de tecnologia. Isso melhorou muito a performance da malha”.
O executivo explicou que os sistemas de controle e manutenção estão em fase de implementação no trecho. “Agora estamos utilizando um carro-controle para inspeção da via, equipados com GPS e computador de bordo que permite a identificação do problema e imediata transmissão ao centro de controle da companhia. Com isso, podemos atuar de forma emergencial na via ou programar o conserto”, afirmou.
O equipamento já é utilizado na malha sul da companhia. “É o mesmo nível de eficiência que estamos implantando no trecho da antiga Brasil ferrovias”, ressaltou o gerente da ALL.
Início das operações
A empresa iniciou suas atividades em março de 1997 como ferrovia Sul Atlântico, ao vencer o processo de privatização da malha ferroviária sul (PR, SC e RS). Em dezembro de 1998, por meio de um contra
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