A presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, dirigiu ontem a adjudicação ao grupo francês Alstom de uma obra para a construção do primeiro trem de alta velocidade da América Latina, entre Buenos Aires e Córdoba (700 quilômetros). A obra exigirá US$ 1,5 bilhão. Participaram do ato o secretário dos Transportes da França, Dominique Bussereau, e representantes do consórcio Veloxio, que a Alstom lidera com a empresa espanhola Isolux e as argentinas Iecsa (construtora) e Emepa, especializada em material ferroviário.
O projeto deverá estar concluído em 36 meses e permitirá ligar Buenos Aires-Rosário-Córdoba, três das cidades mais populosas da Argentina e eixos da maior atividade industrial, agrícola e de serviços do país. A obra constará de dois trechos, um entre Buenos Aires e Rosário (310 quilômetros), onde se prevê uma via dupla e velocidades entre 250 e 300 quilômetros horários. No trecho final até Córdoba , o trem rodará em via simples a 160 quilômetros por hora.
A obra reduzirá a duração da viagem entre Buenos Aires e Córdoba, de 14 horas hoje, para menos de três. O serviço prevê o funcionamento de até oito trens de dois andares por dia. A obra, cujo financiamento ficará a cargo do banco francês Société Générale, exigirá 5 mil empregados diretos e outros 20 mil indiretos na etapa de construção.
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O grupo Alstom foi o único candidato que persistiu no processo de licitação iniciado em maio de 2006, depois da saída do consórcio das espanholas CAF e OHL e da alemã Siemens.
Cristina Kirchner pretende relançar a rede ferroviária que sofreu processo de desmantelamento na década de 90. Outros dois projetos para a construção de trens de alta velocidade aguardam sua concretização. Um deles prevê unir Buenos Aries à cidade turística de Mar del Plata, um trecho de 400 quilômetros. Outra ferrovia projetada é para conectar Buenos Aires a Mendoza, ligação de mil quilômetros.
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