A mineradora MMX, do grupo EBX – do empresário Eike Batista -, alinhavou ontem os detalhes iniciais de uma operação que deverá resultar na venda de parte dos ativos para a gigante Anglo American, da África do Sul. Se tudo ocorrer conforme o previsto, Batista espera fechar o negócio de US$ 5,5 bilhões nos próximos 60 dias. O empresário fez questão de esclarecer, no entanto, que a operação não representa o fim da MMX, que deverá prosseguir com outros ativos em mineração, embora o foco da EBX também esteja concentrado no segmento de logística, geração de energia e exploração de petróleo.
Eike disse que já discute com sócios a instalação de uma siderúrgica com capacidade para 10 mil toneladas de chapas grossas na retroárea do porto do Açu, que deverá ser construído até 2009 no Norte do Estado do Rio. Embora não tenha revelado o nome dos grupos com os quais negocia a usina, o empresário revelou que a intenção é fornecer matérias-primas siderúrgicas para o setor de petróleo, como petroleiros e plataformas flutuantes.
“Açu vai se tornar o megahub port do Atlântico Sul”, exaltou Eike, ao afirmar que o empreendimento, já em fase de construção, demandará cerca de R$ 30 bilhões ao todo, dos quais pouco mais de R$ 1 bilhão só na instalação da área de movimentação das embarcações. “Nele será possível receber navios de maior calado, como não é possível em nenhum outro porto do País.”
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
O memorando de entendimentos com a Anglo prevê, na prática, a constituição de uma nova empresa, batizada provisoriamente de Newco, onde serão reunidos os ativos de mineração do grupo em Minas e no Amapá. Dessa nova empresa farão parte não só 51% do projeto MMX Minas-Rio, como também 70% do MMX Amapá, além do projeto de extração de metálicos também do Amapá. Também será incluída 50% de uma pelotizadora no Porto do Açu (RJ).
Dessa nova empresa, Eike Batista manterá o controle de 66% até a conclusão da operação. O restante será pulverizado no mercado, por meio de uma operação de oferta pública de ações ainda neste semestre. Em uma segunda fase – que o empresário espera para o segundo semestre -, está prevista a venda da totalidade do controle para a Anglo American, por US$ 5,5 bilhões.
A mineradora se compromete a estender a oferta aos acionistas minoritários, por meio de um tag along, pelo mesmo valor fechado com a MMX – de US$ 361,12 por ação, mais três ações, uma da MMX, que permanecerá sob controle da EBX, uma da LLX e uma da Newco. Dessa forma, os controladores da MMX, que detêm 68% da mineradora, ficarão com 57,8% da LLX – fatia correspondente a 68% dos 85% que o grupo possui na LLX. Ao fim do negócio, os acionistas minoritários vão deter 27,2%.
Além do projeto de Corumbá, permanecem sob a nova MMX outras minas de minerais metálicos, 100% da AVG, 100% do projeto Minerminas, 50% de uma usina de pelotização, várias concessões para exploração de novas jazidas minerais e a receita com royalties, a partir de 2023, dos projetos que serão transferidos no Amapá para a Anglo. Também está prevista a receita com royalties, a partir de 2025, dos projetos do sistema Minas Rio.
Disposto a investir pesado em logística, o grupo EBX decidiu transformar a LLX, subsidiária integral do setor, em uma empresa independente. Na nova LLX, a nova MMX deterá 85% do capital. A empresa terá o controle de 70% do projeto LLX Açu, responsável pela instalação do porto homônimo. Também terá o controle com 51% do capital do projeto MMX Minas-Rio.
Batista revelou também que já negocia com a Vale o investimento na criação de um novo ramal na Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que permita o escoamento da produção de minério de Minas Gerais, também de outras empresas. Além da siderúrgica, de grande porte, a retroárea de Açu também aguarda a instalação de um alcoolduto e de uma nova refinaria de petróleo – cujos investidores preferiu não revelar -, além do que poderá constituir o maior parque gerador de usinas termelétricas d
Seja o primeiro a comentar