Pela vez primeira desde que assumiu, em 1998, a operação dos trens suburbanos e intermunicipais de passageiros do Rio, a SuperVia fechou suas contas no azul, com um resultado de R$44 milhões no ano passado. Em outubro, a companhia chegou a bater o seu recorde no transporte de passageiros (490 mil em apenas um dia útil) e agora está com o ambicioso plano de transportar 1,5 milhão de pessoas diariamente dentro de quatro anos.
Para se ter idéia do que isso pode representar na vida da Região Metropolitana, cada trem com quatro carros pode transportar mil passageiros, a mesma capacidade de treze ônibus ou 84 vans. Mas para triplicar o seu número de passageiros a SuperVia precisará de mais trens novos, com aparelhos de ar condicionado, semelhantes aos 20 que foram importados da Coréia do Sul. Terá de tornar as estações confortáveis (ninguém deverá ficar esperando pelo trem sob sol ou chuva, depois de subir vários degraus), duplicar linhas e adotar um eficiente sistema de bilhetagem eletrônica que permita ao passageiro, por exemplo, ir apenas de uma estação para a seguinte pagando bem menos.
Tal programa de investimento (chamado de projeto 21) está orçado em cerca de R$1 bilhão, mais do que o dobro investido desde 1998. Pelo contrato de concessão, o Estado – dono da ferrovia – seria responsável pela compra dos trens, o que dificulta a expansão por causa da situação financeira precária do setor público. A Supervia está negociando, então, uma ampliação do prazo de concessão, prevista em contrato, assumindo, em troca, a responsabilidade pelos investimentos.
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Dois outros projetos importantes estão em fase adiantada de estudo na Supervia: a extensão do ramal de Santa Cruz até Itaguaí (custo de R$35 milhões), região que está recebendo grandes investimentos industriais, e uma linha de Bonsucesso até o miolo da Ilha do Governador (empreendimento de R$350 milhões), passando pela Avenida Brasil e Ilha do Fundão, que possibilitaria a ligação, por trem, do Centro da cidade com o aeroporto internacional, além de desafogar a Linha Vermelha.
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