Mais de duas mil pessoas foram ouvidas e apoiaram a implantação do trem-bala entre Rio e São Paulo, de acordo com pesquisa do Ibope: 83% dos entrevistados não vêem desvantagem e consideram a rapidez, o conforto, a segurança e o baixo custo como as principais qualidades do meio de transporte que deve ligar as duas metrópoles, talvez em 2015. Segundo o levantamento, encomendado pela Secretaria de Transportes do Estado do Rio, o trem também aumentaria a freqüência de viagens de cariocas e paulistanos.
É o que dizem 71% dos que responderam a pesquisa feita no fim do ano passado. Além disso, 58% dos entrevistados disseram que escolheriam o trem-bala, contra 41% que optariam pelo avião para viajar.
A previsão da secretaria é de que a licitação para a implantação do trem-bala aconteça ainda este ano. O projeto, que entrou no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está orçado em US$ 11 bilhões.
Empresas de Coréia do Sul, Itália, França e Japão já demonstraram interesse.
— Hoje, temos um contingente entre nove e 11 milhões de passageiros entre as duas cidades, usando ônibus, carro e avião. A expectativa é que, em cinco anos, esse número suba para 17 milhões, o que é um patamar bastante elevado — disse o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes.
Se depender do analista de sistemas Alexandre Amaral, o novo meio de transporte será o adotado. Ele planeja vir ao Rio a cada dois meses este ano a trabalho, mas teme pousar em Congonhas nos dias chuvosos.
Na última sexta-feira, pagou R$ 250 na passagem de avião, o dobro do que é estimado para a tarifa do trem-bala.
— O trem-bala seria uma ótima alternativa pelo preço.
Seria bom também ter essa opção para outros destinos do país, ligando as principais cidades.
Ajudaria a diminuir o caos aéreo — disse Amaral.
Traçado e paradas poderão atrasar implantação A atração por esse tipo de transporte é o que vai vencer a falta de hábito do brasileiro de viajar de trem, na opinião de Lopes. A viagem custaria de R$ 120 a R$ 130 (só ida ou volta) e levaria uma hora e 25 minutos, saindo do Centro do Rio e deixando o passageiro no Centro de São Paulo.
— A pesquisa mostrou que 68% dos paulistas pesquisados nunca vieram ao Rio. Só uma crise de mobilidade pode explicar por que cidadãos que vivem tão perto nunca tenham vindo na cidade. Certamente, o trem-bala vai agregar demanda — disse o secretário.
A questão técnica não é o problema para a implantação do trem-bala. Para o secretário, os temas políticos devem dominar mais as discussões em torno desse tipo de transporte.
O traçado e as paradas terão que ser discutidos. Pela pesquisa do Ibope, as paradas são bem-vindas: da população pesquisada, 55% preferem que haja paradas (as previstas são Volta Redonda, Resende, Taubaté e São José dos Campos), e o trem continuaria até Campinas).
Essa opção de transporte é muita usada por Viviane Campos Messina, que vive em Stuttgart, na Alemanha, há sete anos.
As viagens de trabalho pelo país são feitas nos trens rápidos: — É uma opção muito boa, pois o trem é super rápido e sai mais em conta do que avião.
A pesquisa do Ibope investigou também o nível de renda dos entrevistados. E a aprovação é a mesma. Segundo Lopes, uma forma de atrair a classe C para o trem seria uma tarifa diferente. Além de primeira e segunda classes, poderiam ser oferecidos descontos nos horários alternativos: tarde ou noite.
Para o professor de estradas e transportes da UFF e da Uerj, Gilberto Gomes Gonçalves, não há escapatória: o trembala é inevitável.
— É a solução para a ligação de duas metrópoles que praticamente concentram a economia do país. A necessidade de deslocamento é enorme.
Turismo, negócios e saúde devem ganhar com o trem Para Gonçalves, a discussão sobre o trem-bala remonta à instalação do metrô no Rio e em São Paulo. Segundo ele, a maior dificuldade será escolher a tecnolog
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