A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) vive hoje um momento singular na área de transporte coletivo. De um lado, o Governo Estadual avança nas obras de construção do metrô de Fortaleza, o Metrofor. De outro, a Prefeitura Municipal está em processo de implementação do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor) cuja prioridade é a melhoria do transporte público. Os prazos de conclusão dos projetos ultrapassam 2010, mas etapas das obras já poderão ser aproveitadas em 2008.
A linha sul do metrô de Fortaleza tem o ano limite de 2010 para entrar em funcionamento. Já o primeiro e o segundo lotes do Transfor estão em fase de licitação, com o primeiro tendo dois anos de prazo previsto para conclusão. Apesar das fases distintas do processo de construção, os dois projetos se complementam e são a grande aposta do poder público para intervenções positivas na mobilidade da RMF.
Essa situação, inclusive, tem sido suficiente para que os gestores públicos comecem a desenhar o futuro dos usuários do serviço de transporte público. Pegar trem e ônibus pagando apenas uma passagem, deixar a bicicleta “guardada” nos Terminais do Sistema Integrado de Transporte de Fortaleza, enquanto se desloca de ônibus em corredores exclusivos no restante do percurso para o trabalho, são algumas das projeções. Neste sentido, os primeiros passos já começaram a ser dados. É isso o que garante o presidente da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano (Etufor), Ademar Gondim.
De acordo com ele, agora no início de 2008, por exemplo, equipamentos de leituras do Passe Card começarão a ser colocados nas estações ferroviárias. Isso possibilitará aos passageiros dos trens utilizarem também os ônibus nos Terminais de Fortaleza e topics pagando apenas uma passagem. Já a Integração Temporal, que permite aos usuários de ônibus se deslocarem pela cidade pagando uma única passagem sem entrar nos terminais e dentro de um determinado intervalo de tempo, em 2008, funcionará em toda a cidade. Embora ainda não se tenha um prazo limite para isso. Hoje, a Integração Temporal ocorre apenas nas áreas do Conjunto Prefeito José Walter e Messejana, como projeto piloto.
Com isso, explica Gondim, além da economia, o usuário ganhará mais tempo em seu deslocamento. Outro fator positivo que se espera alcançar é diminuir a superlotação nas linhas de ônibus que ligam os bairros da periferia aos corredores comerciais de Fortaleza, onde está a maioria dos empregos. Gondim acredita que as modificações já iniciadas no ano passado, ganharão força este ano e possibilitarão um tráfego melhor na cidade, podendo, inclusive, modificar os difíceis deslocamentos casa-trabalho-casa dos fortalezenses. Ou seja, diminuir a superlotação e o tempo de viagem dos transportes coletivos.
Investimentos
O Transfor está orçado em US$ 142 milhões, cabendo ao governo municipal o investimento de US$ 57 milhões em cinco anos. O restante do recurso foi conseguido através de financiamento de U 85,2 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O programa prevê o alargamento e recuperação de vias, valorização dos espaços públicos, ampliação e modernização do sistema de monitoramento do tráfego, além da promoção de segurança viária.
O primeiro lote cria um corredor entre o terminal do Antônio Bezerra e o do Papicu, com faixa exclusiva para o transporte coletivo. Já o segundo é destinado às melhorias dos corredores, com obras de alargamento, reestruturação viária e saneamento. Os trabalhos serão realizados todos ao mesmo tempo e, à medida que as obras forem sendo concluídas, vão sendo liberadas para evitar congestionamentos.
Longa Espera
Melhorias efetivas apenas em 2010
O tempo é de espera para os usuários do sistema ferroviário da Região Metropolitana de Fortaleza. Por dia, a média de intervalo entre os veículos ligando Fortaleza aos municípios de Caucaia, Maracanaú e Pacatuba é de 30 minutos. Neste momento, entretanto,
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