John Rice, vice-presidente mundial Executivos da General Electric apresentou ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião no Palácio do Planalto, planos para expansão de sua unidade de produção em Contagem (MG). A meta é fabricar locomotivas de grande porte (de 6 mil HPs) – as atuais não passam de 3 mil HPs. Os empresários não quiseram revelar os custos do investimentos, alegando questões estratégicas, mas adiantaram que, globalmente, os investimentos da empresa no setor são de US$ 100 milhões por ano. Parte desses recursos está voltado para a indústria mineira.
A expectativa é de que, neste ano, sejam produzidas 30 locomotivas, gerando 12 empregos adicionais por unidade produzida. Para aumentar a produção, foram contratados 300 funcionários.
Segundo o vice-presidente mundial da GE, John Rice, vários países poderiam ter recebido o investimento, mas a escolha do Brasil mostra a confiança da empresa no futuro do país. O presidente da GE para a América Latina, Marcelo Mosci, lembrou que a empresa transferiu para o Brasil, no ano passado, o quartel-general da empresa na região, situado anteriormente no México. Rice reconheceu, no entanto, que existem demandas a serem resolvidas na área energética e afirmou que a empresa espera ser parceira na busca de soluções para esses problemas.
O presidente da divisão da GE Transportation na América Latina, Rafael Santana, considerou fundamental para a ampliação da produção o êxito nas negociações de equalização tributária. As locomotivas importadas tinham isenção de ICMS. Conseguimos obter as mesmas vantagens junto ao governo mineiro.
O executivo acrescentou que as novas locomotivas serão utilizadas, basicamente, no transporte de minérios e produtos agrícolas. Diante da demanda na produção de commodities, estimamos um incremento de 15% na produção de locomotivas no Brasil, calculou o executivo.
Para John Rice, a diversificação de investimentos da companhia permite um cenário de alguma tranqüilidade em 2008, apesar dos riscos de uma recessão americana. A GE investe em mais de 100 países. No Brasil, estamos desde 1919 e, em Contagem, desde 1976. O mercado global continuará estável, mesmo que o mercado americano venha a enfrentar algumas dificuldades, destacou ele.
A GE voltou a produzir locomotivas no Brasil em 2005, após um hiato de mais de uma década, por falta de demanda local. Todos os 50 equipamentos fabricados pela empresa em Contagem foram exportados. A Colômbia é o principal destino das vendas externas da subsidiária – oito das 30 locomotivas fabricadas no ano passado foram vendidas àquele país. As demais encomendas foram da África do Sul e de países do Oriente Médio, como a Jordânia. Com a equalização tributária, a GE espera trazer para o Brasil algumas encomendas atendidas pela GE no exterior – como os pedidos feitos recentemente pela ALL, MRS Logística e Vale do Rio Doce – e, quem sabe, conquistar novos contratos, afirmou Santana em entrevista ao Valor.
Além da produção, a GE Transportation também se dedica à manutenção de locomotivas, atividade que responde a 50% de seu faturamento no Brasil.
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