Gerson Toller (RF), de Amsterdam.
O governador José Serra e o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo José Luiz Portella participaram ontem dia 17 de março, do Brazil High Speed, evento organizado pela AD=Trem em paralelo ao UIC-Highspeed que acontece esta semana em Amsterdam. A reunião foi destinada a investidores estrangeiros interessados no projeto do TAV Campinas-Rio-São Paulo e no Expresso Aeroporto/Trem de Guarulhos, apresentados respectivamente pelo presidente da Ad=Trem, Guilherme Quintella, e pelo gerente de Planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos, Renato Viegas. Este informou que o cronograma existente prevê a publicação do edital do Expresso Aeroporto no mês de maio próximo, com prazo para entrega das proposas até agosto. O Expresso será oferecido como concessão simples às empresas interessadas em construí-lo e operá-lo, assumindo 100 % do risco, sem participação do estado além da cessão faixa da CPTM e da desapropriação do trecho novo da linha. Em contrapartida o concessionário deverá construir a linha para o Trem de Guarulhos, paralelo ao Expresso Aeorporto, e que será operado pela CPTM.
Na parte da manhã o governador José Serra falou na mesa de abertura do congresso da UIC, presidida pelo vice presidente da Comissáo Européia, Jacques Barrot. Disse que as condições da economia brasileira mudaram substancialmente nos últimos anos e que hoje existem recursos disponíveis no Brasil e no exterior para empreender os grandes obras de infra-estrutura de que o Brasil necessita, bastando definir com clareza quais são os projetos. E que entre estes o transporte surge como prioritário. Hoje à tarde o presidente da AD=Trem faz nova palestra, dessa vez dentro da programação oficial do congresso.
Segundo o presidente executivo da UIC, Luc Aliadière, em 2008 a extensão total das linhas de alta velocidade deverá ultrapassar a fronteira dos 10 mil km graças à conclusão de vários projetos como a linha Madri-Barcelona, na Espanha; a Beijing-Tianjin, na China, e o primeiro trecho da linha Ankara-Istambul, na Turquia. Outros projetos perto da conclusão são a linha Milão-Novara, na Itália; duas linhas na Bélgica, de Liege até a fronteira da Alemanha e da Antuérpia até a fronteira da Holanda; e a linha entre Amsterdam e a fronteira da Bélgica. Juntando os projetos existentes no Marrocos, Russia, India, Iran, Arábia Saudita, Argetina e também no Brasil, Aliadière estima que a malha de alta velocidade poderia chegar a 35 mil km nos próximos 15 anos.
Boa parte dos novos empreendimentos deverá no entanto contar com a participação da iniciativa privada, o que não aconteceu até agora. A partir de 2010, por decisão da Comissão Européia, o mercado do transporte de passageiros entre os países do continente europeu deverá ser aberto à participação de operadores privados, como já se dá na Inglaterra, com crescimento expressivo do tráfego. Um primeiro participante já surgiu, a NTV da Itália, que encomendou os primeiros 25 AGVs a serem fabricados pela Alstom. Resta saber qual será a reação das grandes estais ferroviárias do continente, como a Renfe espanhola, a SNCF francesa e a DB alemã. A liberalização do mercado ferroviário europeu de carga até agora avançou pouco, e a responsabilidade é atribuida em boa parte à resistência passiva das malhas estatais.
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