Sinônimo de progresso e modernidade quando chegou ao município, no início dos anos 1900 (alguns especialistas indicam como início da atividade da locomotiva 1908, outros falam em 1909 ou 1911), a Macuca simboliza a memória de uma época.
Além disso, reforça a necessidade de preservação da única locomotiva que sobrou da frota da Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC).
Produzida em Berlim, na Alemanha, carregava inicialmente a missão de levar material de construção para as obras ferroviárias entre Blumenau e Indaial. Ela veio para o Vale do Itajaí como uma locomotiva para trens de serviço, mas também puxou trens com autoridades ferroviárias e governamentais e até militares em inspeção ao longo da via férrea.
O formato e o som do apito, semelhantes à ave macuco, a tornaram conhecida pelo apelido. Há controvérsias sobre o ano em que chegou a Blumenau, mas a necessidade de preservá-la é unanimidade.
Arquivo Histórico pede mais cuidados
– A Macuca é um monumento histórico do Vale do Itajaí, mas está muito mal guardada. Deveria ter ao menos um toldo para não ficar refém da ação do tempo. Como está, é um mero vaso de flores, enfeite de jardim – opina o coordenador regional da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Luiz Carlos Henkels.
Preocupada com o patrimônio histórico, a ABPF encaminhou à Secretaria de Turismo pedido de restauro da máquina. Por ser uma locomotiva pioneira, a entidade quer que ela seja tratada como peça de museu.
– Esta é uma das poucas referências da ferrovia que tanto contribuiu para o desenvolvimento da região. Deve se dar mais atenção a este bem patrimonial com uma contínua manutenção – defende a diretora do Arquivo Histórico de Blumenau, Sueli Petry.
– Ela é o retrato de uma época – resume Waldir Wandall, que trabalhou durante 21 anos como contador na EFSC.
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