A implantação do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro ganhou um adversário de peso. O governador José Serra tem se mostrado contrário a diversos pontos do projeto. Serra condiciona a participação do governo paulista no empreendimento à modificação do tipo de equipamento e, sobretudo, do traçado proposto pela Casa Civil.
Defende o uso de um trem menos veloz, o que facilitaria a instalação de um número maior de paradas no trajeto, em cidades menos espaçadas. Quer também que seja construída uma extensão do centro de São Paulo até as proximidades do aeroporto de Viracopos, em Campinas.
Ao contrário do que possa parecer, não são modificações prosaicas. Estima-se que o projeto, orçado em aproximadamente US$ 9 bilhões, poderá ficar até 20% mais caro. Além disso, o trajeto entre Rio e São Paulo passaria de 1h25min para duas horas, dependendo do número de estações. Ou seja, não seria tão trem-bala assim.
Está prevista para este mês uma reunião entre assessores da ministra Dilma Rousseff e representantes do Ministério dos Transportes e da Secretaria de Transportes de São Paulo, com o objetivo de aparar estas arestas.
A participação do governo paulista no projeto é mais importante do ponto de vista político e regulatório do que financeiro. O estado deverá entrar com algo entre R$ 500 milhões a R$ 800 milhões no projeto, mais financiamento da Nossa Caixa a investidores privados. Existe ainda a possibilidade da entrada da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que pouco acrescentaria em termos de recursos.
O projeto, no entanto, depende da concessão de licenças ambientais de órgãos estaduais e, possivelmente, de incentivos fiscais aprovados pelo governo paulista. Sem este último item, o empreendimento perde um pouco da sua atratividade, que já não é das mais reluzentes devido ao altíssimo custo.
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