Está no Espírito Santo, em Cariacica, a única indústria brasileira especializada na fabricação de dormentes nn de aço. Com capacidade para a produção mensal de 60 mil peças, a Hidremec – Indústria de Materiais Ferroviários, está produzindo dormentes para várias ferrovias do país e negocia contratos visando exportar as peças para o Chile, Venezuela, Uruguai e Argentina.
Atualmente a indústria, instalada há três anos no Estado, está produzindo dormentes para a Estrada de Ferro Vitória a Minas e e outras ferrovias controladas pela Vale, como FCA, Norte Sul e Carajás. Nestas ferrovias, os dormentes de aço vão, gradualmente, substituir os de madeira, que precisam ser renovados.
A indústria tem 150 funcionários, trabalhadores recrutados entre as pessoas que moram em bairros próximos à fábrica. À excessão dos funcionários que ocupam funções administrativas, que são poucos, os demais desempenham basicamente as funções de soldador e auxilidar de produção.
Siderúrgicas como a ArcelorMittal Tubarão, CSN, e Vallourec Mannesmann, que possuem linhas férreas em seus pátios internos também são clientes da Hidremec. A Ferrovia Litorânea Sul, que fará a ligação de Cariacica, na Grande Vitória, com Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, passando pelo Porto de Ubu, em Anchieta, terá 100% de dormentes de aço, que serão produzidos pela Hidremec.
A substituição dos dormentes de madeira pelos de aço é uma tendência das companhias que administram ferrovias no Brasil e no mundo, destaca o diretor Industrial da Hidremec, Carletto Gordano. A Vale, por determinação do presidente da companhia, Roger Agnelli, não utilizará mais dormentes de madeira em suas ferrovias. Os existentes, quando no fim de vida útil serão substituídos pelas peças de aço, lembra Gordano.
Ecológico
Ele destaca que, ecologicamente, o dormente de aço é um produto perfeito para substituição das peças de madeira. Além de ser reciclável (quando está desgastado o aço da peça pode ser reaproveitado) contribui para a preservação das florestas, evitando a retirada de árvores, que demoram dezenas de anos para alcançar o ponte de corte.
A indústria está produzindo 700 mil dormentes para a Estrada de Ferro Vitória a Minas, para as substituições em curso. No total, a ferrovia precisará de 3,5 milhões de dormentes metálicos em lugar daqueles de madeira ao longo de seus 900 km de extensão. A substituição, lembra o diretor da Hidremec, será gradual, na troca dos que estão danificados.
Para a Ferrovia Litorânea Sul, que tem 165 km de extensão e demandará investimento de US$ 453 milhões, a Hidremec produzirá 200 mil dormentes metálicos. Para a fabricação dos 200 mil dormentes serão consumidas 13 mil toneladas de aço, fornecido pela unidade da Gerdau, em São Paulo.
Na linha férrea da Litorânea Sul não entrarão dormentes de madeira ou concreto. Todos serão metálicos e não haverá necessidade do corte de árvores para atender à demanda da ferrovia.
Dormentes
Peças de madeira, concreto ou aço, que são colocadas transversalmente à via em que se assentam e fixam os trilhos das estradas de ferro, as ferrovias ou peças de madeira, concreto ou aço, utilizadas para apoio e sustentação dos trilhos da ferrovia.
Produção de acordo com cada ferrovia
A Hidremec produz mensalmente 60 mil dormentes metálicos. A metade de bitola estreita e a outra parte de bitola larga. Para a Estrada de Ferro Vitória a Minas, (EFVM) por exemplo, os dormentes são de bitola (a distância entre os trilhos) estreita. Nesse caso a distância entre os trilhos é de 1 metro.
Na estrada de Carajás, de bitola larga, a distância entre os trilhos é de 1,6m. Esta ferrovia comporta 38 toneladas por eixo. A EFVM comporta 25 toneladas por eixo. A Hidremec está produzindo dormentes metálicos de três diferentes bitolas, de acordo com as necessidades de cada linha férrea, explica o diretor Comercial, Carletto Gordano.
A indústria compra os
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