Em palestra sobre a Estrada de Ferro Mauá, no Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio, o assessor de Projetos Especiais da TurisRio, Luiz Brito Filho fez um passeio histórico pela primeira ferrovia do Brasil, construída por Irineu Evangelista de Souza, futuro barão e visconde de Mauá, e inaugurada por D. Pedro II em 30 de abril de 1854. Utilizando-se de slides ele mostrou fotos das paisagens da época, com as construções, os personagens que fizeram a história da ferrovia e das ruínas que restaram da ferrovia que marcou época no Império.
“A Estrada de Ferro Mauá, obra pioneira do barão de Mauá, que unia a Corte do Rio de Janeiro à Raiz da Serra, em Petrópolis, mesmo em ruínas, tem alto potencial turístico e sua restauração representaria um ganho importante para o turismo fluminense.”
O projeto da via férrea unindo a Corte à Cidade Imperial previa um traçado de 14,5 km que partindo do Porto de Mauá (Guia de Pacobaíba), em Magé, atingia a localidade de Fragoso. Dois anos depois foi concluída uma extensão de 2 quilômetros, que se desenvolvia por planícies paludosas cortadas pelos rios Caioaba e Inhomirim, até a Raiz da Serra.
Na constituição da Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro Petrópolis, incumbida da construção, foi o próprio Irineu Evangelista quem subscreveu dois terços do capital de 2 mil contos de réis.
Brito acrescentou que a locomotiva que transportou a comitiva imperial na viagem inaugural ganhou o nome de Baronesa, em homenagem à mulher de Irineu Evangelista, a baronesa Maria Joaquina. A máquina é a peça mais importante da história ferroviária brasileira. Inteiramente restaurada, encontra-se em exposição no Museu do Trem, no bairro do Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, ao lado do Estádio Olímpico João Havelange.
Com a construção da ferrovia, Petrópolis tornou-se o centro de veraneio por excelência da Corte, do mundo político e do corpo diplomático, que fugiam da canícula carioca para se beneficiar das amenidades do clima da serra.
Para acessar a estrada, explicou Brito, num ponto da Praia de Mauá, em Magé, o imperador e sua comitiva se deslocavam do Largo da Prainha, próximo à atual Praça Mauá, na barca Guarany, até a localidade de Guia de Pacobaíba. Aí era feito o transbordo para o comboio puxado pela locomotiva Baronesa.
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