Cerca de um ano depois que as implosões para construção de um poço de exaustão do metrô de Salvador, no bairro dos Barris, danificaram imóveis próximos, moradores reclamam que obras complementares serão retomadas hoje sem que os reparos nas casas tenham sido concluídos. O conserto nas residências e escritórios atingidos foi estabelecido através de um termo de ajustamento de conduta (TAC) proposto pelo Ministério Público Estadual ao Consórcio Metrosal, responsável pelas obras. Mas os proprietários garantem que o acordo não foi totalmente cumprido, havendo uma série de pendências em imóveis residenciais e comerciais.
Cerca de dez casas foram danificadas pelas implosões na Rua Alegria dos Barris, atrás da antiga sede da Secretaria de Segurança Pública. Os proprietários afirmam que, no ano passado, os consertos foram paralisados quando a obra do metrô foi suspensa em toda a cidade. O arquivista Alberto Cerqueira Valente, morador da Rua Alegria dos Barris há cerca de 25 anos, é um dos mais insatisfeitos com as intervenções feitas na sua casa. “O consórcio fez vários reparos na parte interna da minha residência, mas os técnicos ficaram de voltar para consertar a fachada e não vieram mais”, reclamava, enquanto mostrava a rachadura na parte da frente do imóvel. Ele explicou que obras em sua residência foram interrompidas quando a construção do metrô foi suspensa no ano passado. Quando as obras foram iniciadas, os reparos foram considerados concluídos por uma nova equipe de engenheiros.
“Eu preferi que eles começassem as obras pela parte interna da casa, exatamente para que não consertassem a fachada, deixando tudo bonito por fora e o resto da casa todo danificado, mas não adiantou”, reclamou Valente. A vizinha dele, a funcionária pública Lilian Márcia Macedo de Freitas, também não ficou satisfeita com os reparos feitos em sua residência. Ela relacionou problemas na parte interna e externa de seu imóvel, como pequenas rachaduras na fachada e outras maiores numa parede entre a cozinha e a sala.
Parede rachada – Já a dona de casa Edinólia Dinamérica Coelho Figueiras disse estar satisfeita com os reparos realizados feitos pelo Consórcio Metrosal. “Eles trocaram tudo, colocaram piso novo onde rachou e consertaram as paredes danificadas”, contou. No entanto, Edinólia reclama de uma parede do seu quarto que foi refeita depois de cair, mas voltou a apresentar rachaduras.
O capoeirista Cláudio César, que faz aulas numa academia instalada numa casa da mesma rua, disse que o piso da sala de aula rachou por causa das explosões no ano passado. O consórcio não fez o conserto e o dono do estabelecimento assumiu o prejuízo porque não podia parar as aulas. Já na casa de número 173 da Rua Alegria dos Barris, onde funciona um escritório de advocacia, o problema de rachaduras nas paredes não foi solucionado. O imóvel, situado ao lado do poço de exaustão do metrô, foi um dos mais atingidos. Os donos não entraram em acordo com o Consórcio Metrosal para fazer os reparos porque consideraram as intervenções superficiais e o caso foi parar na Justiça.
Novas detonações estão descartadas
A Secretaria de Transportes e Infra-Estrutura (Setin) informou, através da assessoria de imprensa, que os serviços reiniciados na área do poço de exaustão serão apenas complementares, com retirada de restos de construção e de materiais do local. O órgão garantiu que não haverá qualquer tipo de implosão na área. Sobre os reparos que não teriam sido finalizados nas casas dos moradores, a assessoria alegou não ter conseguido localizar representantes da Companhia de Transportes de Salvador (CTS), gestora do projeto e do consórcio responsável pela execução da obra.
As implosões que danificaram várias casas da Rua da Alegria dos Barris e da Rua do Salete ocorreram no início do mês de junho de 2007. Além dos danos nas estruturas dos imóveis, o impacto quebrou vidros das residências próximas. Os engenheiros responsáveis pelas e
Seja o primeiro a comentar