A mineradora Vale do Rio Doce considera que a invasão ocorrida ontem na Estrada de Ferro Carajás (EFC), no Pará, trouxe elementos de sabotagem para as operações da companhia. Segundo o diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da companhia, Walter Cover, os atos praticados contra as instalações da empresa desta vez tem “alto potencial de provocar tragédias, com o risco de mortes”.
Segundo o diretor, na invasão liderada, segundo a companhia, por pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) foram retirados 1.200 grampos da linha férrea, o que afetou a fixação e estabilidade de 300 metros de trilhos, o que aumenta o risco de descarrilamento. Além disso, foram queimados 14 dormentes, houve o corte de 2 mil metros de cabo ótico e foram destruídas três caixas de detectores de descarrilamento, no que o diretor classificou como uma ação que prova a existência de uma “liderança dinâmica” nas invasões.
Em nota distribuída ontem a tarde, o MST informou que “a obstrução dos trilhos da Estrada de Ferro Carajás, em Parauapebas (PA) foi realizada pelo Movimento dos Trabalhadores na Mineração (MTM), para reivindicar a retirada da mineradora de parte de uma área de Serra Pelada, a criação do Estatuto dos Garimpeiros e aposentadoria especial para a categoria.” Mesmo negando a autoria da ação, o MST reafimou que “apóia manifestações que denunciam a responsabilidade da Vale por suas ações”. Cover lembrou que cada dia sem minério representa 300 mil toneladas a menos chegando no porto de São Luís, com prejuízo de US$ 22 milhões por dia para a balança comercial brasileira.
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