Construída em plena Floresta Amazônica entre 1907 e 1912, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré entrou para a história como a Ferrovia do Diabo. Sua construção enfrentou enormes dificuldades e foi marcada por sucessivos fracassos e muitas mortes.
A primeira tentativa de construção da estrada de ferro ocorreu em 1870. A empreiteira inglesa contratada abandonou o projeto alegando condições sub-humanas na região, sujeita a doenças e ataques de índios. Nesta época só foram construídos 3km de ferrovia.
Outras tentativas se sucederam e fracassaram até que, em 1905, o governo brasileiro se comprometeu a construir a ferrovia, que venceria o trecho não-navegável do Rio Madeira para escoar a produção de borracha da Bolívia para a Europa, abrindo um caminho aos bolivianos para o Oceano Atlântico, através do Rio Amazonas e do porto de Belém, no Pará.
Depois de muitos atropelos, em 30 de abril de 1912 foi assentado o último dormente da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, no ponto final em Guarajá-Mirim, na fronteira com a Bolívia. Em 1º de agosto do mesmo ano, o trecho foi inaugurado, dando-se a obra por concluída. Com os preços da borracha em queda, a ferrovia tornou-se antieconômica, até que, em 1972, ela foi definitivamente desativada.
Em 1981, um pequeno trecho foi reativado para operação turística, funcionando até 1996. A ferrovia foi tombada e está sob a guarda do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
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