A questão dos gargalos na travessia das cidades voltou forte ontem, dia 11 de junho, durante o seminário Brasil nos Trilhos, organizado pela ANTF. Cotejado com o crescimento no transporte nos últimos 10 anos (88% a mais em TKU), o problema das invasões de faixa e acidentes em passagens em nível permanece como uma questão não resolvida e que só tende a se agravar com o aumento do tráfego ferroviário e o adensamento das cidades. A solução prevista pelo governo — construção de contornos das cidades — não consegue avançar por uma série de motivos que vão desde a simples falta de recursos até embargos do IPHAN — Instituto de Patrimonio Histórico e Artístico. Segundo o diretor geral do DNIT, encarregado das obras, dos 21 contornos previstos e incluídos no PAC 19 estão parados. O mais emblemático, a travessia do Paraguassu, entre Cachoeira e São Felix (BA), na linha da FCA, começou e parou porque o IPHAN exige que a ponte a ser construída sobre o rio Paraguassu tenha aspecto semelhante à ponte centenária comprada durante o Segundo Império.
O encontro reuniu mais de 400 participantes entre os quais os ministros dos Transportes, Alfredo Nascimentro, e dos Portos Pedro Brito, e muitos parlamentares. Na sua palestra no painel de abertura o diretor executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, mostrou que, nos últimos 10 anos, com exceção dos atropelamentos e abalroamentos em passagens em nível, que continuam crescendo, os acidentes cairam substancialmente enquanto cresceram os investimentos das concessionárias, a geração de empregos e os impostos arrecadados. E alertou para a possibilidade de uma aceleração no crescimento da demanda de carga nas ferrovias, o que trará consigo novos desafios de expansões da malha e novos gargalos.
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