Em nota divulgada nesta sexta-feira, o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) disse garantir que nenhuma pessoa que não faz parte de sua equipe teve acesso ao relatório que vem sendo preparado pelo órgão sobre o desabamento do canteiro de obras da futura estação Pinheiros, da linha 4-Amarela do Metrô. O comunicado é uma resposta à reportagem da TV Globo publicada ontem.
O IPT foi surpreendido pela notícia veiculada ontem (29) no ´Jornal da Globo e, hoje, no Bom Dia Brasil, ambos da Rede Globo, a respeito de conclusões que teriam sido obtidas do relatório (…). O IPT garante que nenhuma pessoa fora de sua equipe que está trabalhando no caso teve acesso ao relatório que, por sinal, ainda não está concluído e será entregue no final da próxima semana.
A reportagem afirmou que o relatório considera que as obras haviam sido aceleradas. Segundo o Jornal da Globo, além de acelerar as obras, o Consórcio Via Amarela também deixou de tomar as medidas de segurança necessárias para realizar a escavação do túnel em sentido inverso. A abertura da cratera engoliu veículos e matou sete pessoas.
Qualquer informação sobre o relatório, venha de onde vier, é mera especulação, até sua divulgação formal, afirma a nota do IPT.
Processo
O promotor Arnaldo Hossepian disse ao jornal que já tem elementos suficientes para denunciar os responsáveis pelo acidente. Haverá a denúncia, e conseqüentemente, àqueles a quem os indícios se mostrarem suficientes serão responsabilizados, e o Poder Judiciário vai decidir o que vai acontecer com cada um, disse.
De acordo com uma testemunha, no dia do acidente ocorreram três explosões –uma a mais do que o registrado no livro de obras pela construtora– antes de as escavações cederem. Se vocês detonarem novamente às 15h, o senhor pode chamar vários carros do IML [Instituto Médico Legal] que não vai sobrar nenhum aqui, disse ao jornal Carmem di Leoni, que teve a casa demolida após a tragédia.
O Metrô disse que só vai se pronunciar quando o laudo do IPT for divulgado oficialmente.
Omissão
A principal hipótese de Hossepian, promotor criminal, e Carlos Amin Filho, da Promotoria de Habitação e Urbanismo é de omissão no caso. Segundo eles, as obras não tinham plano de contingenciamento de riscos para o entorno da área nem um sistema eficiente de evacuação do canteiro.
O acidente aconteceu no dia 12 de janeiro do ano passado. Nenhuma das vítimas do acidente estava no túnel que era escavado: morreram três pessoas quem iam a pé para a estação de trem, duas que estavam em uma lotação engolida pelo buraco, um office-boy que circulava pela região e um motorista de caminhão que estava na superfície do canteiro.
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