Considerado um dos trunfos do São Paulo para defender o Morumbi como a sede da abertura da Copa do Mundo de 2014, o projeto para a construção de um elevado de 1.140 metros pela Avenida Jorge João Saad, entre o estádio e a futura estação do Metrô São Paulo/Morumbi, mobiliza parte dos moradores do bairro contrários ao que eles apelidaram de um “míni Minhocão”. O projeto foi apresentado na capital paulista, em maio, pelo Ministério do Turismo, como parte do Plano de Mobilidade Urbana para a Copa-14, orçado em R$ 38,51 bilhões.
Pelo elevado da zona sul, projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, haveria um monotrilho, por onde um trem circularia em direção à garagem subterrânea de quatro andares e com capacidade para 4,8 mil veículos, também projetada para ser concluída antes da Copa do Mundo, em uma área de 40 mil metros quadrados, em frente à Praça Roberto Gomes Pedrosa.
A estrutura suspensa a 9 metros facilitaria o deslocamento de torcedores que chegariam ao Morumbi via metrô, o que atende a uma das exigências da Fifa. Um dos principais protestos dos moradores, porém, é de que a construção do elevado colocaria abaixo o canteiro central da avenida, que está arborizado, em um trabalho que se iniciou há oito anos.
Para João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol do São Paulo Futebol Clube, o projeto, porém, vai absorver a futura demanda de passageiros que vão descer na Estação São Paulo/Morumbi em direção ao estádio, ajudando a desafogar o trânsito na Avenida Jorge João Saad. “O projeto não vai afetar as áreas verdes ou praças do bairro, pelo contrário. O projeto paisagístico para a nova garagem inclui a construção de uma praça arborizada próxima ao estádio”, argumentou o diretor. “O elevado aproveita a configuração de vale da região e também atende às determinações da Fifa, que exige facilidades nos deslocamentos dos torcedores.”
Lopes disse que o projeto é uma sugestão do São Paulo, mas pode estar sujeito a modificações. “A via elevada é um estudo e pode virar, por exemplo, um outro projeto, como o alargamento da avenida, mesmo. Queremos viver em paz com os moradores e discutir melhorias que possam promover sempre um entendimento entre todos”, completou.
Na parte superior da garagem, haveria parque de 26 mil m², que receberia passageiros que viessem pelo trem do elevado. O estacionamento seria aproveitado em dias sem jogos, pelos passageiros do metrô que morem longe da estação e tenham de fazer o primeiro deslocamento de carro.
A Copa de 2014 deve trazer cerca de 500 mil estrangeiros ao Brasil. Um estudo do Ministério do Turismo apontou que São Paulo precisa de mais 65,6 quilômetros de metrô e 279,5 quilômetros de corredores de ônibus para a Copa-14, em um investimento de R$ 15,3 bilhões.
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