Os trens turísticos instalados na América Latina passam a integrar o corpo diretivo da Asociación Latinoamericana de Ferrocarriles. A proposta foi apresentada hoje (27/06), em Curitiba, pelo secretário-Geral da Alaf, Jaime Valencia, aos mais de 20 representantes e operadores de trens de turismo do México, Caribe e América do Sul. Eles estão reunidos na capital paranaense para participar do seminário internacional O Transporte Ferroviário na América Latina: Atualidade e Futuro. Nesta quarta-feira, eles também marcaram presença no 1º Worshop Latino-Americano de Trens Turísticos. A Alaf se compromete a dar todo o apoio técnico, facilitar o contatos com as autoridades do setor e o fechamento de convênios de cooperação comerciais, revelou Valencia.
O grupo de trabalho dos trens ganhará a denominação de Alaf – Trens Turísticos e funcionará como uma organização própria com o papel principal de desenvolver uma agenda de atividades conjunta para os 12 países latino-americanos integrantes da Alaf. O objetivo maior será intercambiar informações e experiências bem-sucedidas e promover eventos de capacitação operacional. O futuro do transporte ferroviário na América Latina está na locomotiva turística. Essa é, com certeza, a maneira mais competitiva para se manter no mercado de ferrovias de curta distância. Além disso, traz a cada país a oportunidade de mostrar suas belezas naturais e históricas, ressaltou Valencia. A primeira aparição da diretoria de trens turísticos da Alaf deve acontecer ainda este ano no Congresso da Associação Mundial de Trens Turísticos na Austrália.
No Brasil, as locomotivas estão representadas pela Associação Brasileira de Operadoras de Trens Turísticos (Abottc), sob o comando de Sávio Neves, também responsável pela operacionalização do Trem do Corcovado (Rio de Janeiro). Nossas perspectivas de crescimento são animadoras. Nossos 30 trens associados transportaram mais de três milhões de passageiros em 2007 e estimamos dobrar esse número nos próximos dois anos, quando devem ser inauguradas mais 15 locomotivas de turismo no país, enfatizou Neves. O faturamento, no ano passado, chegou a R$ 10 milhões. O bilhete médio do ingresso é de R$ 30. O início das operações do Great Brazil Express também contribuiu para colocar o Brasil em evidência no mundo inteiro, completou Sávio Neves.
Juntamente com outras locomotivas nacionais, o trem de luxo Great Brazil Express também passará a ser comercializado no portal online Amantes da Ferrovia – www.amantesdaferrovia.com.br. Desenvolvido pela Serra Verde Express, empresa que opera passeios por Paraná e mantém o Great Brazil, o website também apresentará dados gerais de todos os trens associados a Abottc e promoverá fóruns de debates. Ele já está funcionando, no entanto, vamos lançá-lo oficialmente agora em julho, disse Adonai Aires Filho, diretor Comercial da Serra Verde Express, ao lembrar que o site também servirá para fortalecer as vendas dos pequenos trens turísticos do país.
A Serra Verde Express, por exemplo, cresceu 9% no período de janeiro a maio deste ano. No ano passado, a operadora embarcou 150 mil passageiros no trem que liga o Curitiba a Paranaguá. Desse total, 20% eram estrangeiros. Recentemente, começamos a operação do trecho Ponta Grossa-Paranaguá e também estamos projetando para abril do ano que vem reativar o trem do Pantanal. Nossa idéia é incluir na viagem a passagem por Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, antecipou Adonai Filho. Em 1997, quando a Serra Verde começou esse trabalho, o número de passageiros não passava dos 52 mil.
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