Do Grajaú à Sé, mais de 2 horas sobre trilhos

São Paulo é a quarta maior metrópole mundial, mas tem apenas 61,3 quilômetros de metrô e 260 quilômetros de ferrovias, com pouca conexão. Resultado: o paulistano fica horas dentro transporte público. Para um trabalhador sair de casa no Grajaú, na zona sul, e ir até a Praça da Sé, região central, e depois voltar para casa, leva 244 minutos, no mínimo, utilizando trem e metrô. São mais de quatro horas perdidas diariamente.


É tempo suficiente para assistir ao clássico E o Vento Levou, e ainda sobram 22 minutos. Ou mesmo participar de um curso qualquer, com aulas diárias. Já o cidadão que mora no Butantã, zona oeste, e vai até a Luz e volta à tarde, por trem, gasta 120 minutos de seu dia, tempo de um jogo inteiro de futebol mais a prorrogação.


Uma projeção feita pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, baseado no plano de expansão a ser concluído até 2010, promete ganhos de até 75% no tempo das viagens sobre trilhos, com novas linhas de metrô, transformação de linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em metrô de superfície, início de operação do Expresso Aeroporto, Expresso ABC e Expresso Leste ampliado, além da ampliação de corredores de trólebus e ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).


Para elaborar o estudo, a secretaria reuniu um grupo de usuários do sistema metroferroviario. Desde julho, o tempo de viagem habitual desses passageiros está sendo monitorado por técnicos. O trajeto Grajaú-Praça da Sé, por exemplo, deve ter ganho de 52,4% no tempo de deslocamento hoje registrado na viagem de trem e metrô. Passará dos atuais 244 minutos por dia para 116 minutos/dia, um salto estimado de 128 minutos/dia. De acordo com o governo estadual, esse ganho será proporcionado com a conclusão da ampliação da Linha 9 – Esmeralda, sua transformação em metrô de superfície, somado à mudança do sistema de sinalização e comunicação, além da reforma dos trens. O usuário sairá do Grajaú e desembarcará na Estação Pinheiros, Linha 4 do Metrô, seguindo até a Estação Luz. De lá, ele embarcará para a Estação Sé, utilizando a Linha 1-Azul, explicam os técnicos da secretaria.


O tempo que se ganhará no trajeto – 116 minutos – é quase o mesmo utilizado hoje no trajeto entre a Luz e a cidade de Poá, no extremo leste da região metropolitana, ida e volta. O estudo prevê diminuição de 24,5% no tempo de deslocamento assim que o Expresso Leste, Linha 11-Coral, estiver pronto e as melhorias na linha concluídas.


Para moradores de Santo André, no ABC, o tempo perdido hoje nos bancos dos trens deve diminuir de 92 minutos diários, ida e volta, para uma hora no trajeto até a Estação Barra Funda da CPTM, onde há integração com o metrô. No novo esquema, o usuário utilizará o Expresso ABC – serviço que será implantado na mesma Linha 10-Turquesa – e desembarcará no Brás. Dali, migrará para a Linha 3-Vermelha do Metrô até a Barra Funda.


1 hora e 9 minutos, 34,5km e 19 estações 


Mesmo com cinco assentos livres à frente, ela não quer se sentar. No trabalho, já fico o dia inteiro numa cadeira. Aqui no trem, viajo em pé até cansar, conta a operadora de call center Tatiane Silva, de 20 anos, segurando uma das barras de apoio do vagão. Do Terminal Grajaú, zona sul da capital, até algum lugar entre as Estações Cidade Universitária e Pinheiros, na zona oeste, 12 estações e 39 minutos se passaram – foi quando, finalmente, ela resolveu tomar um assento. Cansei as pernas, admite, sabendo que até o fim da viagem ainda restam pelo menos mais 30 minutos. Moradora do Jardim São Bernardo, bairro próximo do Grajaú, Tatiane se acostumou a passar duas horas por dia dentro de um trem – dois trens, na verdade, após a baldeação. Até gosto, só é difícil acostumar com os empurrões quando está muito lotado, diz, descendo as escadas até a plataforma de embarque. Ela caminha apressada – nas suas contas, àquela altura, às 7h03, já chegaria atrasada 10 minutos no serviço. Sem problemas. O pessoal sabe que moro longe. No total, Tatiane passa cerca de 140 minutos diários nas linhas da CPTM, contando ida e volta entre Grajaú e Lapa, onde trabalha.


Ao todo, foi uma hora e nove minutos de viagem, na qual Tatiane percorreu 34,5 km, por 19 estações desde o Grajaú. E no fim do dia tem tudo de novo. Com a diferença que é bem mais movimentado, um empurra-empurra danado, lamenta. E dentro do trem ela até arrumou um namorado. Só espero que não seja amor passageiro.


 

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Fonte: O Estado de S. Paulo

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