A América Latina Logística (ALL) vai iniciar o transporte de álcool para exportação pelo Porto de Santos. O diretor de commodities, Eduardo Pelleissone, disse que o projeto está em fase de testes e a efetivação do transporte depende de investimentos na área de descarga nos terminais portuários. “Hoje, não existe infra-estrutura adequada para o trem em Santos. É necessário que os parceiros invistam na construção de pequenos dutos de descarregamento”, ressaltou.
Segundo ele, a Cosan e Copersurcar devem adequar seus terminais para receber os vagões carregados de álcool. “Hoje, em Santos existe infra-estrutura para caminhões- tanque. Mas, é uma operação viável pois, já fazemos isso com sucesso pelo porto de Paranaguá. Basta apenas a adequação dos terminais para iniciarmos a operação”. A demanda, segundo Pelleissone, é de 1 milhão a 2 milhões de m de álcool destinados à exportação. “É um mercado grande que queremos atuar”, disse o executivo.
Para este projeto, a ALL vai dedicar uma frota de vagões-tanque, já que o álcool para exportação não pode ser contaminado com nenhum outro combustível. “Para a coleta vamos utilizar os terminais espalhados ao longo da malha norte (antiga Brasil Ferrovias) de nossa ferrovia. Esses centros coletores foram construídos para atender o transporte de álcool para o mercado interno. Agora poderemos utilizá-los também para coletar o produto para exportação”, explicou Pelleissone.
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Desde o início do ano, a ALL já transporta álcool para distribuição no mercado interno. A empresa em parceria com as distibuidoras que compõem o Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustível (Sindicom) construiu 11 terminais concentradores de carga (centros coletores) distribuídos em pontos estratégicos nas principais regiões produtoras de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de estrutura de descarga ferroviária na Refinaria Planalto Paulista (Replan), em Paulínia, São Paulo.
“Era um projeto que fazia todo o sentido já que movimentávamos combustível na malha norte, mas nossos vagões retornavam vazios, porque não havia infra-estrutura para o movimento pela ferrovia”, disse Pelleissone. Segundo ele, o terminal de Paulínia recebe por ano 5 milhões de m de álcool.
Investimentos – O projeto demandou investimentos da ordem de R$ 104 milhões aplicados pelas distribuidoras do Sindicom e produtores do setor sucroalcooleiro. “Os recursos foram destinados para adequação do terminal de Paulínia e a construção dos centros coletores ao longo da malha”. A ferrovia deve movimentar 1 milhão de metros cúbicos de álcool para capital paulista e região em 2009, podendo chegar a 2 milhões/ano até 2010. A operação conta com 250 vagões-tanque. Os centros coletores estão instalados em Fernandópolis, São José do Rio Preto, Uchoa, Araraquara, Pradópolis, Passagem, Bauru, Araçatuba e Andradina (SP), Alto Taquari (MT), e Chapadão do Sul (MS).
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